Na véspera do fim do recenseamento eleitoral para as eleições autárquicas de 10 de Outubro no município da Cidade de Nampula, na província angolana de Nampula, surgem reclamações de cobranças ilícitas feitas aos eleitores para se recensearem.
Nos postos de recenseamento de Saua-saua e Mutauanha, os eleitores reclamaram contra este comportamento dos brigadistas e em Muatala a queixa foi apresentada aos órgãos eleitorais no momento de inspecção do processo.
Alguns eleitores dizem que, apesar de madrugarem aos locais de recenseamento para obter o cartão de eleitor, esperam durante várias horas na fila, o que condiciona a realização de outras actividades pessoais.
Eles denunciaram também a morosidade que, segundo eles, deve-se à falta de prática dos brigadistas no uso dos equipamentos.
Os órgãos eleitorais garantem pronunciar-se apenas depois do fim do processo.
O porta-voz da plataforma Sala da Paz, Juma Ayuba, lamenta o facto de a corrupção chegar até os postos de recenseamento e considera ser uma forma de marginalizar os eleitores sem recursos financeiros que se dirigiram aos postos.
Ayubadiz que Nampula não vai alcançar as metas de eleitores por recensear.
Como causas, ela aponta a fraca campanha de educação cívica, a desproporcionalidade e a distribuição de recursos para o recenseamento.
“As províncias que alcançaram as metas são as que tiveram mais recursos em termos de brigadas, mas com menos eleitores quanto comparadas a Nampula”, garante Juma Ayuba, para quema forma como decorreu o recenseamento eleitoral em Nampula “pode ter implicações negativas nas eleições autárquicas” de 10 de Outubro.
A província de Nampula, com cerca de sete autarquias, espera, até amanhã dia 17, recensear mais de um milhão de eleitores residentes nas vilas e cidades municipais.