O anúncio feito ontem, 17, pelo presidente americano Barack Obama e o seu homólogo cubano Raul Castro de restabelecer relações diplomáticas entre os dois países provocou reacções em todo o mundo. Enquanto a maior parte da comunidade internacional aplaudiu a decisão, entre cubanos exilados nos Estados Unidos as opiniões estão divididas.
A decisão dos dois governos recebeu uma forte oposição dos republicanos, com significativa implantação junto de uma parte influente da comunidade cubana imigrada em Miami.
O senador republicano pela Flórida Marco Rubio disse que “essa decisão vai dar meios para Raul Castro se perpetuar no poder”.
Entretanto, Santiago Portal, cubano residente nos Estados Unidos, concorda com a medida. “Estou de acordo que os Estados Unidos e Cuba tenham relações e possam conhecer-se” disse.
Para outro cubano, residente em Miami, Carlos Muñoz, a decisão é um desrespeito aos 50 mil mortos durante o regime. “É uma traição aos mais de 50 mil mortos do regime dos Castros, é uma traição a Cuba. Mas não me preocupo com Cuba, preocupo-me com os Estados Unidos”, afirmou Muñoz.
A nível diplomático, o ministro angolano das Relações Exteriores Georges Chikoty felicitou ontem em Luanda os dois países pela decisão. “Agora os Estados Unidos e Angola estão do mesmo lado porque há muito defendemos esta posição agora assumida”, congratulou-se Chikoty.
Entretanto, o especialista em assuntos internacionais António Gaspar, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, em Maputo, considera que esta decisão não só vai ajudar a economia cubana, como promover a democratização da ilha caribenha.
Recorde-se que o restabelecimento das relações diplomáticas entre os Estados Unidos e Cuba vai permitir abrir embaixadas em Washington e Havana, aumentar as viagens entre os dois países e incrementar os negócios.