Os albinos em Moçambique continuam a enfrentar ameaças à sua integridade física devido a crenças que sugerem que eles têm poderes mágicos.
A Procuradoria-Geral da República estuda estratégias para prevenir mais eficazmente e combater o fenómeno de rapto e homicídio de cidadãos albinos.
Uma das medidas previstas é o reforço da cooperação com os países da região com os quais Moçambique faz fronteira, em especial a Tanzânia, onde já foram reportados casos de perseguição de pessoas com problemas de pigmentação da pele.
Andam a raptar, traficar, matar e extrair órgãos ou partes do corpo de cidadãos albinos.
A PGR enviou para o terreno uma equipa liderada pela magistrada Amabélia Chuquela, que visitou as cidades de Nampula, Nacala-Porto e Angoche.
Chuquela reuniu-se com vários elementos ligados à administração da justiça e com populares e os próprios albinos que lhe contaram horrores sobre a perseguição de que são alvo.
O rapto, tráfico e homicídio de albinos é um fenómeno considerado novo em Moçambique.
Ainda não há certezas sobre as reais motivações desses crimes, mas pensa-se que quem está por detrás de tudo sejam cidadãos estrangeiros, que tratam os albinos como mercadoria e que usam os órgãos ou partes do corpo desses indivíduos com pigmentação na pele para fins mágicos ou obscurantistas.
Dados divulgados indicam que já foram raptados e assassinados 23 albinos, na província de Nampula, havendo pelo menos 40 suspeitos detidos.
A Procuradora-Geral Adjunta, Amabélia Chuquela, diz que as autoridades vão ter que investigar mais a fundo para encontrar respostas e prender todos os culpados.
No entender do Ministério Público, para conseguir isso, vai ser necessário contactar e estabelecer parcerias com outros países da região com os quais Moçambique faz fronteira, designadamente Malawi, Zâmbia e Tanzânia.