A sessão do julgamento do jornalista Rafael Marques marcada para hoje, 23, em Luanda foi adiada para o dia 14 de Maio enquanto decorrem acertos para um "entendimento amigável” entre as partes.
Rafael Marques é acusado de “denúncia caluniosa”, por ter exposto abusos contra os direitos humanos na província diamantífera da Lunda Norte, com a publicação, em Portugal, em Setembro de 2011, do livro “Diamantes de Sangue: Tortura e Corrupção em Angola”.
O jornalista disse à Voz da América que o acordo em vista satisfaz as partes envolvidas e se enquadra no interesse da reconciliação e tolerância entre os angolanos.
Por seu lado, o advogado Pedro Capracata afirmou que a lei permite que as partes cheguem a acordo do género, ou ocorrer a desistência do ofendido desde que não se trate de um crime público.
O causídico angolano admite mesmo que, para o caso em particular, Rafael Marques pode vir a ser perdoado pelos generais.
Os queixosos são sete generais, entre eles o ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior, conhecido como “Kopelipa”, e os representantes de duas empresas diamantíferas.
O julgamento teve início no fim do mês de Março, no Tribunal Provincial de Luanda, mas acabou por ser suspenso para hoje por terem sido apresentadas novas queixas sem que o arguido tivesse sido notificado.