O jornalista e investigador angolano Rafael Marques acusa o vice-procurador-Geral da República, Mota Liz, de ter usurpado o terreno de um cidadão onde estaria a construir um centro comercial em Luanda.
O magistrado refuta as acusações e diz serem de "má fé".
Marques afirma que Mota Liz usou a sua condição de magistrado do Ministério Público para “influenciar a administração municipal e a justiça no sentido de usurpar o terreno em causa e obter a declaração de posse”.
O jornalista revela que o magistrado pagou pela licença de construção apenas três mil dos seis milhões de kwanzas inicialmente exigidos pela Administração Municipal de Talatona, o que, para ele, configura um acto de “fuga ao fisco”.
Rafael Marques interroga-se se Mota Liz pode exercer a actividade lucrativa e se, diante destas denúncias, o Conselho Superior da Magistratura Judicial vai investigar o vice-procurador-Geral da República.
Em declarações à VOA, o vice-procurador-geral da República nega todas as acusações e afirma que as mesmas estão eivadas da “má fé”, com o objectivo manchar o seu nome e “descredibilizar” a instituição a que pertence.
Mota Liz afirma que comprou o terreno a pessoa certa e que não influenciou ninguém para a sua legalização.
O magistrado considera que, apesar de o terreno em causa estar em nome do seu filho, a sua condição de servidor público não o impede de possuir propriedades desde que não exerça nelas funções executivas.
O vice-procurador-geral da República assegura que tem em sua posse todos os documentos que comprovam em como pagou três milhões de kwanzas pela licença de construção.