O Governo da Rússia descartou neste domingo, 9, qualquer concessão nas negociações com os Estados Unidos sobre as crescentes tensões na fronteira com a Ucrânia, que se realizam amanhã em Genebra, na Suíça.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, disse às agências de notícias do país que o Kremlin está "decepcionado" com os sinais de Washington e Bruxelas, em referência aos Estados Unidos, NATO e União Europeia (UE).
As discussões de alto nível iniciam uma semana de diplomacia na qual a Rússia reúne-se com os Estados Unidos, a NATO e a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Na mesa das negociações, está a tensão na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, com os Estados Unidos e os países da União Europeia a acusarem Moscovo de ter enviado dezenas de milhares de soldados para a região com o objectivo final de invadir a Ucrânia, enquanto a Rússia exige garantias de que a NATO não se expandirá mais para o leste da Europa.
O Kremlin insiste que a organização atlântica não pode admitir a Ucrânia como membro, nem outros países que, no passado, integraram o Pacto de Varsóvia.
Os Estados Unidos, que na reunião de amanhã serão representados pela sub-secretária de Estado Wendy Sherman, concordaram com as negociações, mas já advertiram que muitas das propostas de Moscovo não serão aceites.
EUA acusam
Na sexta-feira, 7, o secretário de Estado americano Antony Blinken acusou a Rússia de "incendiar" a situação e de montar uma campanha de desinformação em grande escala destinada a responsabilizaar a Ucrânia, a NATO e particularmente os Estados Unidos pela tensão acutual e minar a posição comum dos parceiros ocidentias.
Ele disse que o Presidente russo, Vladimir Putin, está engajado numa guerra total contra a verdade que ignora as próprias acções provocativas e desestabilizadoras da Rússia ao longo da última década.
“A Rússia procura desafiar o próprio sistema internacional e desvendar a nossa aliança transatlântica, corroer a nossa unidade, pressionar democracias para o fracasso”, acusou Blnken, quem lembrou as actividades russas ofensivas que vão da intervenção militar na Ucrânia e na Geórgia aos ataques de armas químicas a opositores de Putin e à interferência eleitoral nos EUA e noutros países, crimes cibernéticos e apoio a ditadores.
Apesar das várias conversas entre o Presidente Joe Biden e Putin, Blinken disse que tal comportamento continua, "aumentando o risco para a ordem global pós-segunda Guerra Mundial".