O queniano Peter Tabichi foi escolhido o “melhor professor do ano”, no que é considerado o Nobel da Educação.
Ele viu reconhecido o seu trabalho de ensinar ciências numa região remota do Quénia para alunos de diversas etnias e religiões, em situações extremamente precárias.
O prémio, que tem um valor monetário de um milhão de dólares. foi entregue neste domingo, 24, foi durante o Global Education and Skills Forum (Fórum de Conhecimento e Educação Global) , realizado em Dubai, nos Emirados Árabes.
Tabichi superou outros nove candidatos, entre eles a professora brasileira Débora Garofalo, que ensina robótica na Escola Ary Parreiras, na periferia de São Paulo.
Outro brasileiro, o pernambucano Jayse Ferreira, também figurou na lista dos 50 melhores professores do mundo.
Muito emocionado, Peter Tabichi subiu ao palco do evento para agradecer seus alunos e dizer que acredita no poder da ciência para mudar a África.
“Todos os dias, no nosso continente, nós viramos uma nova página. E hoje escrevemos uma nova. Este prémio não é um reconhecimento a mim, mas sim aos jovens desse grande continente que é a África. O Global Teacher Prize diz a eles que eles podem fazer qualquer coisa. O dia é uma criança e há uma nova página a ser escrita. É a hora da África”, afirmou Tabichi de 36 anos e que doa 80 por cento do seu salário para ajudar as famílias mais pobres.
Um terço dos seus alunos é órfã e 95 por deles tem origem muito pobre, segundo dados da Varkey Foundation.
Tabichi lida com problemas como tráfico de drogas, gravidez prematura, abandono escolar e suicídios, além de jovens que caminham até 7 quilómetros para assistirem às aulas.