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Quem é o novo presidente francês François Hollande


Resultados finais dão a Hollande 51.6% contra 48.4% para Sarkozy

A França tem um novo líder depois do socialista François Hollande ter batido o presidente conservador Nicolas Sarkozy na segunda volta das eleições presidenciais.

Resultados finais dão a Hollande 51.6% contra os 48.4% para Sarkozy. A imprensa francesa diz que Sarkozy entregará oficialmente o poder a Hollande no dia 15 de Maio.

A vitória de Hollande reflecte a desaprovação do eleitorado com os cortes nas despesas governamentais e a elevada taxa de desemprego. Sarkozy afirmou que assume a responsabilidade pela sua derrota.

Mas quem é François Hollande?

Até à sua vitória este domingo, François Hollande, de 57 anos de idade, nunca tinha tido qualquer posto num governo nacional, apesar de ser um dos mais conhecidos políticos na França.

Dominique Moisi, do Instituto Francês de Estudos internacionais, em Paris, diz que Hollande está na cena política francesa há mais de 30 anos

“Ele estudou numa escola da elite, Escola Nacional de Administração. Depois trabalhou no Palácio do Eliseu, com o presidente François Mitterrand, como membro junior do gabinete. Tornou-se depois e durante 11 anos secretário-geral do Partido Socialista, e depois autodeclarou-se candidato às eleições presidenciais. Beneficiou do drama que cercou Dominique Strauss-Khan, triunfou sobre o seu rival, Martine Aubry, dentro do partido Socialista. E agora aqui está, na presidência da Franca.

As políticas económicas de Hollande incluem o aumento dos impostos dos mais ricos, congelamento dos preços do combustível, aumentar os subsídios da segurança social e empregar 60 mil novos professores.

Durante a campanha presidencial, o slogan de Hollande - “O meu inimigo é o mundo das finanças” – provocou algumas preocupacões, especialmente em algumas capitais europeias, incluindo Londres.

Bruno Cautres, perito em eleições francesas no Centro de Investigação Política, em Paris, diz que Hollande se deslocou a Londres e proclamou: “Não sou perigoso.”

“Ele queria dizer “não vou ser um marxista. Não vou ser secretamente um comunista, não sou alguém que vai fazer nacionalizações e coisas como essas.” Assim obviamente, quando ele disse isso, ele só queria voltar a assegurar o meio financeiro internacional e os mercados que poderia ser um socialista e um pragmático e que a Franca não iria mudar.”

Charles Kupchan, perito em questões europeias no Conselho das Relações Estrangeiras, em Washington, diz que Hollande tem uma política controversa.

“Ele diz que quer renegociar o pacto fiscal. E isto é um acordo que foi firmado pela União Europeia, sob a liderança da chanceler alemã Angela Merkel, para tentar estabilizar o euro. Hollande dizer que quer voltar a negociar esse pacto e centrar-se mais no estimulo que na austeridade irá certamente ganhar-lhe algum apoio em Franca e noutros países europeus – como a Itália, Espanha, Grécia, Portugal – mas pode tornar-se problemático para Berlim.

Kupchan diz que há outras diferenças em política externa entre Hollande e o antigo presidente Sarkozy.

“As duas questões que ele levantou e que causaram uma certa dose de ansiedade em Washington são: a retirada rápida do Afeganistão. Hollande diz “quero as tropas francesas fora em 2012.” Sarkozy tinha dito 2013; a NATO e Washington dizem 2014; e a outra questão é reconsiderar e reavaliar a decisão de Sarkozy, de há alguns anos, de tornar a Franca parte da estrutura militar integrada da NATO.

Kupchan acrescenta que Hollande não vai desfazer a política de Sarkozy relativamente à NATO, mas irá dar-lhe uma nova imagem.

“E isso poderá sugerir que pode ser o regresso da política externa francesa a uma posição menos Atlântica, do que era durante a presidência Sarkozy. Sarkozy, eu diria, foi o presidente francês no pós-Segunda Guerra Mundial mais Atlanticista, mais pro-americano.

Dominique Moisi descreve assim

“Ele soará e parecerá menos pró-americano que Nicolas Sarkozy. Soará e parecerá menos pró-Israel que Sarkozy. Mas a margem de manobra é tão pouca, que não penso que haverá grandes diferenças entre a política externa de Hollande e a política externa de Nicolas Sarkozy.

Moisi acrescentou que isso quererá também dizer que não haverá grande mudança no relacionamento entre Washington e Paris.

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