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Quatro cidades da província de Benguela poderão ser afectadas por greve no sector das águas


Sindicatos estão contudo divididos sobre a possibildiade de greve.

Trabalhadores da Empresa Provincial de Águas e Saneamento de Benguela (EPASB), em Angola, podem observar um período de greve por tempo indeterminado, já a partir da próxima semana, devido a incumprimentos de acordos alcançados no quadro das negociações sobre os pontos do caderno reivindicativo.

Greve poderá afectar fornecimento de água em quantro localidades de Benguela – 2:51
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A acontecer, seria a primeira greve após a fusão das Empresas de Benguela e do Lobito, há mais de um ano, em perspectiva numa altura em que a EPASB surge entre várias instituições públicas que o Governo angolano vai capitalizar, estando a sua fatia na ordem de 8,5 mil milhões de Kwanzas, cerca de 16 milhões 778 mil dólares.

Contudo sindicatos estão divididos quanto à possibilidade de uma greve.

Atrasos salariais e dívida para com o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) são a justificação para uma paralisação que promete interromper o fornecimento de água nas quatro cidades do litoral da província, Benguela, Lobito, Catumbela e Baía Farta.

Dois sindicalistas da EPASB, Humero Magalhães e José Nunda, acreditam numa adesão total, dos mais de 800 funcionários, e avisam que os Governos central e provincial tem alguns dias para evitar o pior

“Aqui, nós não vivemos, nós sobrevivemos, nunca sabemos quando o salário chega, havendo mesmo muitos que recebem vinte dias depois do fim de um mês”, disse Magalhães, ao passo que Nunda adverte que “são 830 dispostos a dar a cara, vamos paralisar porque não vemos estratégia do Ministério da Energia e Águas para nós”.

O Sindicato Provincial da Administração Pública, Saúde e Serviços, uma das duas organizações sindicais representadas na Empresa de Águas, duvida que os seus filiados cruzem os braços.

O secretário provincial, Custódio Cupessala, ressalta que há liberdade, mas sublinha um momento de crise à espera de soluções a nível central

“A Empresa de Águas, neste momento, tem sérias dificuldades. Falei com o PCA (administrador), que diz que a solução está em aliança, as bombas não funcionam em condições, por isso as cidades quase nunca têm água. Está complicado porque as receitas baixaram”, refere, acrescentando que “as pessoas são livres, mas parece que só os filiados ao Sindicato das Bebidas vão aderir, não é para nós”.

Não há nenhuma reacção do Conselho de Administração, mas fonte bem posicionada avançou à VOA que os problemas financeiros são uma realidade, assinalando que a direcção pediu um empréstimo a uma cervejeira local para pagar salários.

A EPASB está a receber, para lá da anunciada capitalização, um financiamento de 80 milhões de euros, basicamente para a recuperação de equipamento deteriorado, no quadro do programa integrado de infra-estruturas.

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