O Estado angolano perdeu quase 24 mil milhões de dólares em operações ilicitas durante a governação de José Eduardo dos Santos, disse ao Wall Street Journal, o Presidente João Lourenço.
Em termos exatos, segundo o Chefe de Estado, o prejuízo foi de 23.790 milhões de dólares e desse total 13.520 milhões foram retirados “através de contratos fraudulentos com a Sonangol”, cinco mil e 90 milhões das companhias de diamantes Sodiam e Endiama e “os restantes 5.190 milhões de outros setores e companhias públicas”.
Na entrevista, cuja primeira parte foi divulgada neste domingo, 11, João Lourenço revelou que o Estado já recuperou 4.900 milhões de dólares “em numerário e bens”, sendo 2.710 milhões em dinheiro vivo e 2.190 milhões em propriedades, fábricas, terminais portuários, estações de televisao e rádio “em Angola, Portugal e Brasil”.
Lourenço acrescentou que o Estado angolano, através do Serviço Nacional de Recuperação de Ativos, pediu também às autoridades da Suíça, Holanda, Portugal, Luxemburgo, Chipre, Mónaco e Reino Unidos o confisco e/ou congelamento de 5.430 milhões de dólares em bens e dinheiro.
“A lista tende a expandir-se”, acrescentou o Presidente angolano, que revelou que a secretaria do Tesouro dos Estados Unidos, para além de avaliar as leis, regras e regulamentações de Angola contra a lavagem de fundos, participa num programa de “educação e treino” dos funcionários angolanos.
Na sua entrevista, João Lourenço disse que continuam a avançar os planos para colocar nos mercados de valores 30 por cento da Sonangol e que, após a restruturação, a companhia estará nas bolsas de valores de Nova Iorque, Londres e Pequim.