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Protestos e pedidos de responsabilização pela morte de rapper e activista guineense


Manifestação em Bissau contra a morte do rapper e activista Bernardo Mário Catchurá, 1 Fevereiro 2021
Manifestação em Bissau contra a morte do rapper e activista Bernardo Mário Catchurá, 1 Fevereiro 2021

Bernardo Mário Catchurá terá morrido por falta de oxigência no Hospital Nacional Simão Mendes

Multiplicam-se reacções à morte do rapper, jurista e activista cívico guineense, Bernardo Mário Catchurá, alegadamente, por falta de oxigénio no Hospital Nacional Simão Mendes.

Nesta segunda-feira, 1, muitos guineenses estiveram em frente do Ministério da Saúde Pública para exigir a responsabilização pela morte de Catchurá.

Vestidos de preto e com velas na mão, eles realizaram uma vigília intitulada “Justiça para o Bernardo”.

Protestos e pedidos de responsabilização pela morte de rapper e activista guineense
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Sana Canté, presidente do Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados, organização dirigida pelo malgrado aquando da sua criação, afirma que Bernardo Mário Catchurá foi “assassinado por omissão”.

“O nosso colega foi assassinado por omissão porque quando deu entrada no hospital com carácter de urgência, precisando de uma intervenção cirúrgica, nas duas unidades hospitalares, tanto do Hospital Militar, como Hospital Nacional Simão Mendes dispensaram-lhe, alegando falta de oxigénio. Isto foi só por ser ele ser um opositor do regime, um inconformado que lutou para a melhoria de condições de vida na Guiné-Bissau e para a afirmação da democracia“, acusa Canté.

Entretanto, o Alto Comissariado de Luta Contra COVID-19 duvida do argumento em como não havia oxigénio no Hospital Nacional Simão Mendes.

Em comunicado, a estrutura que tem trabalhado na entrega de oxigénio para o tratamento não só de pacientes com a Covid-19, apela à realização de um inquérito sério para apurar responsabilidades pela morte do activista.

O Alto Comissariado “pede ainda a investigação sobre os alegados investimentos avultados na construção ou reparação de uma fábrica de oxigénio".

Por seu lado, a vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Victorino Indeque, considera que deve haver a responsabilização.

“A culpa não deve estar sempre a morrer solteira na Guiné-Bissau. Nós vimos certos médicos que podem socorrer as pessoas e não ofazem. Isso é alarmante e põe-nos a pensar que qualquer um pode ser vítima. Portanto, há que haver a responsabilização. Queremos que o Ministério Público comece já a trabalhar neste sentido, com vista a responsabilização dessas pessoas, porque sem a responsabilização todos nós podemos cair nesta armadilha”, afirma Indeque.

Em face disso, Sana Canté revela ter sido criado já um colectivo de advogados para intentar um processo judicial contra as autoridades, “que está a trabalhar num processo”.

Até agora não houve qualquer reacção da parte do Governo.

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