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Prostituição e consumo de drogas preocupam sacerdotes católicos em Malanje


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Meninas justificam prostituição com falta de oportunidades.

A província do Namibe regista nos últimos tempos um número elevado de jovens envolvidos em actos de prostituição e consumo de drogas.

O reverendo padre Marcolino Pedro, um dos sacerdotes católicos da diocese do Namibe, disse estar preocupado com o cenário.

Em conversa com jornalistas a propósito dos 40 anos de independência nacional, Pedro disse que não basta a construção de infra-estruturas novas no país, mas é preciso também construir o homem novo.

Prostituição e drogas
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“É preciso construir um homem novo, ainda assistimos aspectos de vandalismo, alcoolismo e ultimamente já há sinais de prostituição na nossa província, mas, é preciso corrigir estas práticas, porque a família é o sacrário da vida; a juventude está a perder-se muito”, afirmou.

O sacerdote sublinhou que afinal, "estamos a ver a reabilitação das estradas, o país está a ficar bonito, mas também queremos ver as pessoas reabilitadas, as nossas consciências precisam de ser bem trabalhadas".

No que diz respeito ao consumo da droga e envolvimento da juventude, sobretudo feminina na prostituição, a VOA percorreu os bairros mais populosos na periferia da cidade do Namibe, nomeadamente Platô e Cinco de Abril.

Algumas das raparigas dos 15 aos 19 anos de idade foram encontradas a fazer o gosto ao cigarro de liamba ou simplesmente cangonha, nas famosas áreas de garimpo de pedras, onde alegaram a frustração como sendo a principal causa que lhes leva ao consumo da droga, segundo Joselina Campos, de 19 anos de Idade, residente no bairro Platô.

“Nós, meninas carentes de apoios dos pais, queremos vestir roupas e não conseguimos, queremos estudar e não temos como ganhar dinheiro para estudos, não temos profissão de lavar roupa ou cozinhar, para uma mulher fica mais fácil ir para a cama com um homem, é o que eu e minhas amigas fazemos”, reconheceu.

Para Joselina, o cigarro da liamba ajuda-lhe na actividade de sexo, onde tem o seu ganha-pão. Revelou existir também paradas de rapazes que consomem a liamba ou canábis.

“Normalmente, quando sou convidada por alguém para o sexo, vou antes para um cantinho, fumo, depois coloco pastilha na boca e o meu batom. Dificilmente uma pessoa normal reconhece que fumei aliamba, salvo aquela pessoa que também faz uso”, disse.

Madalena Chilombo explica que aprendeu consumir cangonha com ajuda de amigas. Considera-se completamente viciada, longe de sobreviver sem a liamba.

"Sem fumar a cangonha perco coragem de conversar com homens, inclusive ir com eles na cama", confessou a jovem de 19 anos de idade.

Madalena diz ainda que lembra-se de um dia ter ido a casa tonta e por via disso agrediu a irmã, mas reconheceu que, a partir dessa data, passou a se controlar. Ela confessou que o preço normal durante a noite oscila entre 1.500 e 2.500 kwanzas.

A entrevistada afirma não ter receio de esclarecer esta situação em tribunal no caso de um dia eventualmente vir a ser apanhada pela policia e responsabilizada judicialmente por consumo desta droga: “Direi abertamente ao senhor juiz que fumo a liamba porque me faz bem, sem cangonha não consigo viver”.

No balanço operativo da semana finda, a Polícia Nacional revelou ter apreendido um traficante de droga pesada, "crack e cocaína", cujas quantidades não foram reveladas.

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