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Proibição de exportação de madeira causa problemas a madeireiros angolanos


Com o diploma que suspende a exportação de madeira em bruto já em Diário da República, aumenta a preocupação de produtores angolanos devido à falta de tempo para a satisfação de contratos com os clientes, basicamente na Ásia e África do Sul, havendo receios de desemprego face à iminência de fecho de empresas.

Madeireiros angolanos avisam de consequências com proibição de exportações -2:56
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No início de Fevereiro foi suspenso a partir de hoje, 1 de Fevereiro, o corte, circulação e transporte de madeira em toro ou serrada, segundo determinou o Ministério da Agricultura e Florestas com base no decreto presidencial.

Na província do Kuando Kubango, o madeireiro Miguel Tchiovo, membro da Associação Nacional dos Industriais e Madeireiros de Angola (Anima), diz que já quase não se faz sentir o movimento de exportação e reforça que o cerco vai estar totalmente apertado dentro de duas semanas.

“Temos contratos em mãos, não conseguimos fornecer aquilo que prometemos ao comprador, por isso não recebemos dinheiro e ficamos parados”, disse.

“Os próprios empresários, que somos nós, não foram consultados, nem as populações locais, que fazem o garimpo”, realça, acrescentando que “o decreto foi feito por três ou quatro pessoas que têm indústria para transformar e julgam que o país depende deles”

Exportar a madeira em dimensões menores, a alternativa do momento, requer investimentos, principalmente para a importação de meios que não são fabricados no país.

Tchiovo, que louva a suspensão como medida para relançar a indústria nacional, avisa que não se pode combater o garimpo sem a participação das comunidades

“Isso implica nova tecnologia, tem de se comprar equipamentos que vão permitir transformar em tamanho mais pequeno, conforme se orienta”, afirmou

“Não há capacidade, claramente, porque só investimos para exportar a madeira em bloco. Se se alterou, tem de se dar tempo, ninguém vai trabalhar, isto de Cabinda ao Cunene, as empresas vão parar”, advertiu o industrial.

Os associados, bem mais preocupados com os três anos de sufoco, não acreditam na salvação dos contratos celebrados antes da aprovação do diploma, mas o ministro da Agricultura e Florestas, Francisco de Assis, pensa que pode ser possível

“A suspensão é para nos organizarmos a nível interno, durante esse período … há um conjunto de procedimentos que estão a ser adoptados para fazer face a esta questão que coloca [contratos celebrados. Os próprios interessados sabem dos procedimentos, vamos dar tratamento com base no Decreto Presidencial e nas leis que regem a actividade florestal em Angola”, indicou o governante.

As espécies mais procuradas, com realce para a madeira mussivi, estão nas províncias do Moxico e Kuando Kubango.

No corredor Benguela, Huambo e Bié, estão os eucaliptos, que serviram a companhia de celulose e papel de Angola, única no país, paralisada há mais de trinta anos.

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