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Programas para combater má nutrição de crianças no sul de Angola começam a ter resultados


Com mais de dois milhões de crianças a enfrentar problemas de má nutrição como consequência da seca e fome no sul de Angola nos últimos anos, na província da Huíla alguns programas de mitigação do flagelo parecem mostrar resultados.


Humpata, Gambos e Chibia são alguns dos municípios que têm comunidades rurais a receberem assistência.

Programas para combater má nutrição em crianças no sul de Angola começam a dar resultados
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No município da Chibia, 496 famílias com crianças que padecem de má nutrição beneficiam de cestas básicas através da ONG World Vision.

A vulnerabilidade das famílias sugere que a ajuda seja extensiva, esclarece o supervisor municipal da organização, David Luís.

“Sabemos que uma família com criança com desnutrição severa é indício de que ela é vulnerável. Então, para evitar os indícios de desnutrição e que outros na família caiam numa desnutrição damos essa cesta básica com este objetivo”, diz David Luís.

As viúvas da seca de Angola
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Anderson Costa, da organização não governamental Criança Feliz no Lubango, trabalha com mais de 400 crianças, com algumas delas integradas em programas de recuperação de má nutrição.

Costa reconhece o quanto é penoso perceber as consequências da doença em crianças afetadas. “Nós vemos uma percentagem considerável das crianças que estão nas nossas creches que apresentam um défice de aprendizagem, elas não conseguem aprender ao mesmo ritmo do que uma criança em situação normal de saúde”, afirma Anderson Costa.

Algumas famílias que beneficiam desses programas sentem o impacto destas ações. “Depois de ter recebido agradeço pela recuperação do meu filho que não está mais como antes”, afirma a beneficiária, Orlanda Rosa.

Rosa Dandi diz que recebeu "60 quilogramas de fuba, 12 quilos de feijão, cinco litros de óleo. Tenho uma criança desnutrida sim. Estou feliz”.

A mestre em nutrição e metabolismo clínico, Madalena Mbacu Tyiyengo, também avalia positivamente os programas que visam combater a má nutrição, mas considera ser mais seguro travar a origem do problema: a pobreza.

“Temos que olhar um pouco mais para a envolvência e a correção da causa subjacente que normalmente é a pobreza. Fatores sociais, factores económicos desfavoráveis”, aponta a especialista.

Em 2023, mais de 60 mil crianças com menos de cinco anos foram avaliadas na zona sul de Angola para se aferir o seu estado de nutrição.

O Governo, através do Ministério da Saúde e seus parceiros, está a elaborar a primeira tabela de composição de alimentos específicos do sul de Angola, que deverá ser implementada nas comunidades mais afetadas pela seca.

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