O Sindicato dos Professores na Huíla (Sinprof) realiza nesta quinta-feira, 28, e amanhã marchas de solidariedade para com cerca de mil professores desactivados no mês de Abril e que se encontram desde então sem salários.
A decisão foi tomada, na altura, pelo Ministério das Finanças para combater o que chama de "professores fantasmas".
A professora Madalena Paulino diz estar a passar por uma humilhação.
"Desde Abril não tenho salário e estou a sofrer com os meus filhos, afinal estou a trabalhar por quê, estou a sofrer por quê nesta nação? Isto é injustiça! Estou muito chateada, afinal temos Governo ou não temos Governo?", afirma Paulino.
O número de professores desactivados na província da Huíla chegou a ultrapassar os dois mil, mas foi reduzido para metade nos últimos dois meses.
O secretário provincial do Sinprof na Huíla, João Francisco, receia que o problema de muitos dos seus filiados se alastre por mais tempo e acusa o Ministério das Finanças de incompetência na gestão desta situação.
«Há poucas possibilidades de que esse processo possa conhecer o seu fim no mês de Julho ou no mês de Agosto. Haverá udesm ou outro que o seu caso poderá se arrastar até não sei quando. Há uma certa desvalorização do Ministério das Finanças das sua delegações provinciais e do outro lado também a própria má-fé e insensibilidade por parte do ministro das Finanças em não a vir público até hoje para acalentar a alma desses funcionários que se encontram sem salários. Nessas condições temos poucas possibilidades de que esse processo tenha o seu fim no curto espaço de tempo", lamenta Francisco».
O governador da Huíla, João Marcelino Tchipingui, pediu os 14 administradores municipais que se reúnam com os professores desactivados na tentativa de buscar uma solução, cujas repercussões só deverão ser conhecidas nos próximos dias.
Por alegadas irregularidades no processo de cadastramento o Ministério das Finanças chegou a desactivar da função pública em Abril passado em todo o país cerca de 64 mil pessoas.