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Professores e Governo guineense sem acordo


Escola em Bissau, Guiné-Bissau
Escola em Bissau, Guiné-Bissau

Greve continua mesmo depois de ministro pedir desculpas por comentários considerados insultuosos

Os dois sindicatos de professores da Guiné-Bissau decretaram uma greve de 15 dias para exigir ao Governo a conclusão do processo da efectivação e aplicação da carreira docente, bem como a reclassificação dos professores.

Em Outubro, o SINAPROF e SINDEPROF disseram querer ver cumprido o memorando do entendimento assinado com o Executivo guineense em Julho último, que permitiu a conclusão do ano lectivo transato.

Figuram no acordo, o pagamento de salários aos professores contratados, a mesma exigência de retroativos, e dívidas salariais aos novos ingressos e contratados decorrentes de 2011 a 2016.

A paralisação em curso teve duas negociações fracassadas entre os professores e o Governo.

Em causa, segundo Laureano Pereira, presidente do SINDEPROF, estão insultos do ministro do Comércio, Vitor Mandinga, contra a classe docente.

“Quase chagámos a um acordo, mas os insultos do ministro do Comércio azedaram as relações e agora o Governo terá que assumir a sua responsabilidade”, destacou Pereira.

O ministro em causa retratou-se da sua declaração.

“Eu cidadão e político, Vitor Mandinga, peço desculpas aos professores por entender que eu os ofendi. Mas na verdade é que o sistema do ensino guineense é fraco”, enfatizou o governante no passado fim-de-semana no interior da Guiné-Bissau.

O representante dos professores admite aceitar o pedido de desculpas com o cumprimento mínimo dos pontos em reivindicação.

“Não basta só pedir desculpa, terá que haver algo palpável da parte do Governo”, insistiu o sindicalista.

Perante esses dias que ensombram os alunos das escolas públicas, o ministro da Educação Sandji Fati espera achar consenso.

“Reunimos com os sindicatos em Conselho de concertação social, esperemos que tarde ou sedo, havemos de assinar acordo”, convenceu o ministro.

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