Os professores angolanos poderão entrar em greve dentro de dois meses pois apenas um dos dez pontos constantes do caderno reivindicativo apresentado em 2017 pelo Sindicato Nacional de Professores (SINPROF) foi satisfeito pelo governo..
O caderno reivindicativo que culminou com a assinatura de um memorando de entendimento entre as partes para além de acautelar a transição de categorias dos professores mediante o nível académico - ponto aparentemente resolvido - previa a inclusão do tempo de serviço que encontra no incumprimento.
Para o secretário provincial do SINPROF na Huíla, João Francisco, em face dos incumprimentos da entidade empregadora, este tem mais 60 dias para evitar a greve que é cada vez mais uma realidade.
“ Temos como lema dialogar, dialogar, dialogar até a exaustão só por este facto que ainda demos esse tempo de 60 dias”, disse acrescentando que “pelo andar das coisas já a greve devia começar a partir dessa segunda-feira, mas como nós queremos permitir que o ministério da educação entenda que nós queremos conversar então tem mais 60 dias para inverter o quadro”.
O ministério da educação determinou recentemente que doravante para assumir a direcção de uma escola do ensino geral os candidatos ao cargo terão de ter a licenciatura nas áreas de educação e mais de dez anos de serviço.
Para o sindicato nacional de professores, a decisão decorre de um desconhecimento da realidade do país.
“ Estão a relegar a formação de professores para o segundo plano, mas meia volta estão a exigir que o dirigente tem que ter a licenciatura, que tipo de licenciatura? Senhora ministra antes de aprovar uma lei, conheça ande um pouco pelo país se ela conhecer onde é que está o professor se conhecer onde está localizada a escola em que condições se encontra a escola ela vai dirigir melhor”, disse o sindicalista
Os 60 dias dados pelo SINPROF para ver atendidas as suas exigências são a contar da segunda quinzena do mês de fevereiro.