A maioria dos professores de educação do ensino público em Angola não recebeu até ao momento os ordenados referentes ao mês de Maio, revelou na terça-feira, 13, o presidente do Sindicato Nacional dos Professores (Sinprof).
Guilherme Silva acusa o Governo de não dar qualquer explicação sobre as razões que estão na base do atraso dos salários, numa altura em que os professores aguardavam pelo prometido acréscimo de 12,5% sobre o salário-base.
Segundo Guilherme Silva, apenas alguns professores que leccionam nas sedes provinciais de Luanda, Benguela e Huambo tinham recebido os salarios até ontem.
A pouco menos de 10 dias do início das provas finais para o ensino de base, Silva avisa que muitos professores não terão como se deslocar aos seus postos de trabalho.
“Em muitas escolas, os professores já não conseguiram ir à escola ontem e há muito absentismo em muitas escolas não por vontade dos professores mas por falta de dinheiro para o táxi ou motoqueiro”, acrescenta aquele sindicalista.
Telmo Daniel, professor destacado numa zona rural em Malanje, diz que lá “a vida está mais difícil do que possa parecer”.
De recordar que o Governo prometeu criar um novo subsídio para professores e agentes de Educação, equivalente a 12,5% do salário-base, que seria introduzido já na remuneração do mês de Maio com retroactivo.
O Governo e o Sinprof ainda não chegaram a acordo sobre o caderno reivindicativo apresentado em 2021 e o dia 30 de Junho de 2023 tinha sido apontado como a data em que o Ministério das Finanças se devia pronunciar .
A não satisfação destas exigências esteve na base de uma greve interpolada em 2021 que só veio a ser suspensa em Janeiro de 2022 depois de a tutela comprometeu-se a negociar o caderno reivindicativo apresentado pelo Sinprof, em nome dos professores.
A reivindicação dos professores exige, entre outras, a melhoria das condições de trabalho, a redução do Imposto de Rendimento de Trabalho (IRT), os subsídios de isolamento e a construção de habitações para os professores.
A Voz da América não conseguiu ouvir a versão do Ministério das Finanças sobre o assunto.
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