Links de Acesso

Produtos angolanos com "portas abertas" para o mercado americano


Marlene José, empresária angolana, Luanda, 21 setembro 2023
Marlene José, empresária angolana, Luanda, 21 setembro 2023

O mérito da primeira exportação do género coube à empresa angolana Foodcare que, desde 20121, tem uma parceria com o Governo americano.

Autoridades angolanas e americanas testemunharam nesta quinta-feira,21, o carregamento do primeiro contentor com produtos alimentares com destino ao mercado dos Estados Unidos, no quadro da Lei Norte-Americana sobre Crescimento e Oportunidade para África (AGOA).

Angola exporta primeiros alimentos para os EUA ao abrigo da AGOA – 3:18
please wait

No media source currently available

0:00 0:03:17 0:00

O mérito da primeira exportação do género coube à empresa angolana Foodcare que, desde 20121, tem uma parceria com o Governo americano, através da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

A ministra conselheira da Embaixada dos Estados Unidos em Angola reconheceu durante o ato simbólico que o número das empresas angolanas exportadoras de produtos agrícolas para o seu país continua a ser reduzido.

Mea Arnold aproveitou a ocasião para desafiar os empresários de Angola a juntarem-se à iniciativa da Foodcare, visando reforçar a sua concorrência no mercado, a conetar-se aos compradores americanos e aproveitar as vantagens da AGOA .

Mea Arnold, ministra conselheira da Embaixada dos Estados Unidos em Angola, 21 setembro 2023
Mea Arnold, ministra conselheira da Embaixada dos Estados Unidos em Angola, 21 setembro 2023

“Continuaremos a trabalhar com empresas angolanas que aspiram um dia expandir os seus negócios no estrangeiro e exportar os seus produtos para os EUA”, assegurou a diplomata.

As vantagens da AGOA

Mea Arnold lembrou que a AGOA dá aos países elegíveis da África Subsariana acesso isento de direitos ao mercado dos EUA para mais de mil e oitocentos produtos agrícolas.

“Ao oferecer novas oportunidades de mercado, a AGOA ajudou a impulsionar o crescimento económico, promoveu políticas e reformas económicas e melhorou as relações económicas entre os EUA e o continente africano”, disse a diplomata americana.

Arnold acrescentou que o seu Governo, através da USAID, está a ajudar os países da região da África Austral a obter vantagens da AGOA por meio de um programa regional de 31 milhões de dólares que oferece a empresas africanas, como a angolana Foodcare, “assistência técnica e apoio empresarial para acederem ao mercado dos Estados Unidos da América”.

Depois de destacar o papel e a importância do comércio para o crescimento e maior diversificação económica económico em Angola, a ministra conselheira defendeu que os empregos criados pelo aumento das exportações vão melhorar os meios de subsistência e terão um impacto na redução da pobreza .

“É por isso que o Governo dos EUA está a apoiar o setor agrícola em Angola e que estamos empenhados em impulsionar o comércio e o investimento dos EUA no continente”, afirmou Mea Arnold.

Bruno Baptista, chefe do Departamento de Promoção a Captação de Investimentos da AIPEX, Luanda, Angola, 21 setembro 2023
Bruno Baptista, chefe do Departamento de Promoção a Captação de Investimentos da AIPEX, Luanda, Angola, 21 setembro 2023

À espera de mais empresas angolanas

A diplomata americana voltou a lembrar o papel “histórico” que tem desempenhado o comércio em ambas as economias, com as exportações de Angola para os Estados Unidos dominadas pelo petróleo bruto, diamantes, gás e petróleo.

“Embora o nosso apoio se concentre atualmente no setor do agronegócio, esperamos alargar o nosso suporte a outros setores no futuro. Estou confiante de que a Foodcare é apenas a primeira de muitas empresas angolanas que confirmarão a vantagem de utilizar as oportunidades da AGOA e de estabelecer parcerias com a USAID para atingir os seus objectivos comerciais”, concluiu Mea Arnold.

Em declarações à Voz da América, o chefe do Departamento de Promoção a Captação de Investimentos da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola (AIPEX) disse que o mercado americano, pela a sua grandeza, procura por muitos produtos alimentares mas que para isso é preciso que estes tenham a qualidade que é exigida.

“Muito espírito de sacrifício, de resiliência e de muita ajuda de fora”

“Se os empresários nacionais conseguirem produzir de acordo com os requisitos exigidos facilmente terão os nossos produtos naquele mercado”, afirmou Bruno Baptista.

Marlene José, a primeira a empresária angolana a chegar ao mercado americano com produtos do campo, disse que foi preciso “muito espírito de sacrifício, de resiliência e de muita ajuda de fora”.

O ato de lançamento das exportações dos produtos alimentares angolanos para os Estados Unidos decorreu nas instalações da Foodcare Lda, no Centro de Logístico e Distribuição de Luanda, em Viana.

Inaugurada em 2019, com um investimento de 52 milhões de kwanzas (62 mil dólares), a Foodcare é uma empresa familiar especializada no processamento de diferentes tipos de alimentos orgânicos, como Muteta, Kizaca, cogumelos, manteiga de amendoim, catatu, turtulho, farinha de inhame, polvilho doce, entre outros.

Fórum

XS
SM
MD
LG