Autoridades angolanas e americanas testemunharam nesta quinta-feira,21, o carregamento do primeiro contentor com produtos alimentares com destino ao mercado dos Estados Unidos, no quadro da Lei Norte-Americana sobre Crescimento e Oportunidade para África (AGOA).
O mérito da primeira exportação do género coube à empresa angolana Foodcare que, desde 20121, tem uma parceria com o Governo americano, através da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
A ministra conselheira da Embaixada dos Estados Unidos em Angola reconheceu durante o ato simbólico que o número das empresas angolanas exportadoras de produtos agrícolas para o seu país continua a ser reduzido.
Mea Arnold aproveitou a ocasião para desafiar os empresários de Angola a juntarem-se à iniciativa da Foodcare, visando reforçar a sua concorrência no mercado, a conetar-se aos compradores americanos e aproveitar as vantagens da AGOA .
“Continuaremos a trabalhar com empresas angolanas que aspiram um dia expandir os seus negócios no estrangeiro e exportar os seus produtos para os EUA”, assegurou a diplomata.
As vantagens da AGOA
Mea Arnold lembrou que a AGOA dá aos países elegíveis da África Subsariana acesso isento de direitos ao mercado dos EUA para mais de mil e oitocentos produtos agrícolas.
“Ao oferecer novas oportunidades de mercado, a AGOA ajudou a impulsionar o crescimento económico, promoveu políticas e reformas económicas e melhorou as relações económicas entre os EUA e o continente africano”, disse a diplomata americana.
Arnold acrescentou que o seu Governo, através da USAID, está a ajudar os países da região da África Austral a obter vantagens da AGOA por meio de um programa regional de 31 milhões de dólares que oferece a empresas africanas, como a angolana Foodcare, “assistência técnica e apoio empresarial para acederem ao mercado dos Estados Unidos da América”.
Depois de destacar o papel e a importância do comércio para o crescimento e maior diversificação económica económico em Angola, a ministra conselheira defendeu que os empregos criados pelo aumento das exportações vão melhorar os meios de subsistência e terão um impacto na redução da pobreza .
“É por isso que o Governo dos EUA está a apoiar o setor agrícola em Angola e que estamos empenhados em impulsionar o comércio e o investimento dos EUA no continente”, afirmou Mea Arnold.
À espera de mais empresas angolanas
A diplomata americana voltou a lembrar o papel “histórico” que tem desempenhado o comércio em ambas as economias, com as exportações de Angola para os Estados Unidos dominadas pelo petróleo bruto, diamantes, gás e petróleo.
“Embora o nosso apoio se concentre atualmente no setor do agronegócio, esperamos alargar o nosso suporte a outros setores no futuro. Estou confiante de que a Foodcare é apenas a primeira de muitas empresas angolanas que confirmarão a vantagem de utilizar as oportunidades da AGOA e de estabelecer parcerias com a USAID para atingir os seus objectivos comerciais”, concluiu Mea Arnold.
Em declarações à Voz da América, o chefe do Departamento de Promoção a Captação de Investimentos da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola (AIPEX) disse que o mercado americano, pela a sua grandeza, procura por muitos produtos alimentares mas que para isso é preciso que estes tenham a qualidade que é exigida.
“Muito espírito de sacrifício, de resiliência e de muita ajuda de fora”
“Se os empresários nacionais conseguirem produzir de acordo com os requisitos exigidos facilmente terão os nossos produtos naquele mercado”, afirmou Bruno Baptista.
Marlene José, a primeira a empresária angolana a chegar ao mercado americano com produtos do campo, disse que foi preciso “muito espírito de sacrifício, de resiliência e de muita ajuda de fora”.
O ato de lançamento das exportações dos produtos alimentares angolanos para os Estados Unidos decorreu nas instalações da Foodcare Lda, no Centro de Logístico e Distribuição de Luanda, em Viana.
Inaugurada em 2019, com um investimento de 52 milhões de kwanzas (62 mil dólares), a Foodcare é uma empresa familiar especializada no processamento de diferentes tipos de alimentos orgânicos, como Muteta, Kizaca, cogumelos, manteiga de amendoim, catatu, turtulho, farinha de inhame, polvilho doce, entre outros.
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