Os agricultores e produtores de café nos municípios de Songo e Bembe, na província do Uíge, admitiram ter dificuldades financeiras e materiais para desenvolver a sua atividade numa altura em que o Governo manifesta interesse de relançar à produção de café na província.
Problemas no acesso ao crédito agrícola, falta de meios e as más condições das estradas são alguns dos obstáculos, por exemplo, ao escoamento dos produtos.
“O pão nosso de cada dia para os agricultores é o trabalhar manualmente, as pessoas estão a ficar velhas trabalhando manualmente”, lamentou um dos camponeses do município do Songo que preferiu falar em anonimato.
Questionado sobre a possibilidade de crédito agrícola, a nossa fonte disse que “o crédito bancário é um bicho de sete cabeças, só se fala e não se pratica”.
“Precisamos de crédito para ajudar a cultivar no campo” , pediu Maria de Fátima, agricultora no município de Bembe.
O presidente de uma das cooperativas agrícola de Bembe Sebastião Manuel disse que a sua associação comporta 94 membros, mas beneficiou de crédito para apenas um trator e 3 motos.
Segundo Manuel, os meios não são suficientes para dar resposta às necessidades, além de outras dificuldades que enfrentam.
Na abertura da última campanha da colheita do café, que decorreu na província do Uíge, o director nacional do Instituto do Café em Angola João Neto garantiu apoiar aos agricultores para dinamizar a produção e diversificar a economia.