Cafeicultores das localidades de Calandula, Kinje e Cuale no município de Calandula, na província angolana de Malanje, pedem uma intervenção urgente das autoridades para o relançamento da produção do café em grande escala na região.
A administração da municipalidade identificou mais de 250 cafeicultores desde o ano passado para determinar o número exacto de produtores, campos, condição de produção e tipo de assistência que necessitam.
Francisco André Agostinho, de 69 anos de idade, disse que, apesar de trabalhar sozinho, e fazer face a muitos obstáculos por falta de apoios tem conseguido garantir a manutenção, produção e comercialização desde 2009.
Ele alertou que "vale apenas limpar o nosso café e o Governo tem que nos apoiar, nos dar o que precisamos para termos mais força”.
O cafeicultor Pedro Gaspar Cabingano, de 43 anos, diz estar preocupado com a ausência de compradores, já que várias quantidades do produtos estão armazenados em residências.
"Consegui vender no ano 2018, [mas] gostaria que o nosso administrador municipal nos dê mais incentivos, que nos traga os homens que compram café em grande quantidade porque tem muito café aqui e tem aparecido poucos clientes”, referiu.
A existência de animais e a falta de recursos financeiros para contratar pessoas estão entre as dificuldades que impedem a limpeza e expansão das áreas cultivadas do bago vermelho.
O administrador municipal de Calandula, Pedro Dembué, garantiu na segunda-feira, 29, que no ano passado alguns produtores comercializaram cerca de duas dezenas de toneladas do bago vermelho, mas a intenção é que eles estejam integrados no Projeto de Apoio ao Crédito (PAC).
“Nós temos contactos com alguns comerciantes que de modo geral estão a comprar e o ano passado houve uma comercialização de quase 20 toneladas. Isto já foi um estímulo para os outros que não tratam do café”, confirmou, acrescentando que “nós queremos continuar, queremos fazer com que Calandula retome os níveis de produção do café”.