A produção agrícola de Angola continua muito aquém das promessas feitas pelo presidente Eduardo dos Santos em 2009.
Os discursos de José Eduardo dos Santos foram compilados numa obra acabada de publicar pelo Gabinete de Coordenação, Estudos e Análises do MPLA.
Num deles - efectuado em 2009 - o Presidente traçou a meta de produção anual de 15 milhões de toneladas de cereais.
Mas em 2015, o país conseguiu não mais de um milhão e oitocentas mil toneladas de cereais, com realce para o milho.
O activista e agrónomo José Patrocínio disse que "aumentar a produção é uma boa ideia, mas é importante sabermos como lá chegar".
Patrocínio criticou a exclusão e retirada de camponeses das suas terras, como acontece no Cunene, para que surjam projectos em 80 mil hectares.
Quem está no terreno, como é o caso do de Fernando Teles, aconselha o Estado a definir incentivos para uma produção de 40 mil toneladas por ano em cada uma das 300 fazendas necessárias.
O empresário refere que não só estariam lançadas as bases para o fim das importações, mas também um importante passo em direcção à produção de carne
‘’Reparem que estamos a falar também da carne, que é uma importante fonte de proteínas. É por esta via que podemos produzir a carne’’, salienta Teles, um dos proprietários da fazenda Santo António.
Para o efeito, é necessário que os decisores apostem em prioridades, ignorando futilidades, diz é o secretário da CASA-CE em Benguela, Francisco Viena.
‘’O Governo do MPLA continua com uma política de forte dependência do petróleo, sem investimentos na agricultura e outros sectores da economia," critica Viena, que concorda com o empresário que diz que ‘Angola precisa de um ministério das coisas pequenas’.