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Procura de alimentos no lixo ameaça saúde pública, diz médico angolano


Foto de arquivo
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O crescente número de pessoas a procurar comida nas lixeiras põem em perigo não só essas pessoas como a saúde pública, avisou um médio angolano.

Médico angolano alerta: Procura de alimentos no lixo ameaça saúde pública
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O Dr. Set Lavoka disse tratar se de “um desastre autêntico” pois as pessoas correm o riso de contrair febre tifóide, HIV e “uma infinidade de outras doenças”.

“Iso é já uma questão de saúde pública”, disse.

O numero de pessoas à procura de alimentos nos contentores de lixo e aterros de lixo está também a provocar crescente indignação.

Alexandra Simeão coordenadora da associação cívica Handeka disse que “todos nós somos cúmplices”.

“Nós não podemos estar perante uma justiça e ficamos calados, a fome não
espera por "estudos" é agora ou como ou morro”, disse.

“Devíamos dar um "murro" em cima da mesa, isto seria por todas as mães deste país saírem à rua para pressionar o fim deste cenário de fome que afecta as nossas criança”, acrescentou afirmando ainda que “eu como mãe lamento não poder fazer nada e ter essa capacidade, para juntar um milhão de mulheres para sairmos à rua".

Simeão mencionou a recente resposta do chefe de estado quando questionado sobre a situação, minimizando dizendo que a fome em Angola era relativa, “quando se assiste o esbanjamento de recursos para o supérfluo”.

Essa opinião é partilhada pelo sociólogo João Sassando que acrescentou que "o que nos falta não é dinheiro é má distribuição”.

“Seres humanos a procurar comida nos contentores de lixo! E todos nós só a observar", disse

Foto de arquivo
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Quem também faz meia culpa e repudia a situação é o professor universitário Osvaldo Caholo para quem o que se passa “é crime, o maior crime contra o povo angolano é a miséria imposta porque é propositado”.

“O que esse povo mais gostaria é ver-se amnistiado desta miséria imposta, um país com tantos recursos e o seu povo vive na indigência, sem qualquer dignidade”, disse afirmando que “os angolanos gostam de viver a finger”.

“Nós fingimos que temos um governo, que somos soberanos, fingimos que temos saúde, educação, fingimos que somos independentes", afirmou

Luísa Rogério a presidente da Comissão da Carteira e Ética dos jornalistas manifestou-se também indignada com o que vê ao seu redor.
"Não consigo ficar indiferente perante tanta pobreza e miséria que há ao meu redor, onde há um contentor de lixo, famílias inteiras, dezenas de pessoas a disputar restos de comida e nós limitamo-nos a cruzar os braços”, disse.

“Penso que podemos e devemos fazer algo sob o risco de todos nós sermos responsabilizados, é verdade que há pobreza em todo
lado sim, mas em Angola esta situação é gritante!”, acrescentou.

“ É uma miséria extrema e ninguém quer saber de nada, que país é esse?”, interrogou.

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