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Privatização ou extinção da LAM volta a debate com Governo a prometer solução em breve


Avião da LAM
Avião da LAM

A companhia de bandeira de Moçambique acumula prejuízos de cerca de 350 milhões de dólares.

A privatização ou mesmo extinção das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) voltou a ser defendida como a melhor solução para a situação de falência técnica em que se encontra a companhia de bandeira, que nos últimos anos acumulou prejuízos no valor de cerca de 22 mil milhões de meticais, cerca de 350 milhões de dólares.

Um estudo do Centro de Integridade Publica (CIP), divulgado na quinta-feira, 9, aponta a privatização da LAM, sem se colocar de lado a sua liquidação, como a melhor abordagem para a situação daquela empresa, passando a maior parte do seu capital social a estar sob o domínio privado, para que possa gerir o seu destino numa lógica comercial.

O economista Gift Essinalo, autor do estudo, considera que a privatização vai ajudar na injecção de capital na companhia e no redimensionamento e requalificação da mão-de-obra existente na empresa.

LAM sem planos de sair da falência técnica
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Ele avança que a extinção da companhia colocaria fim à demanda de recursos financeiros do cofre do Estado para dar resposta aos custos operacionais e à divida da empresa, que, apesar de ser única operadora “monopólio”, no período 2016 e 2021, acumulou prejuízos avaliados em 350 milhões de dólares.

De acordo com aquele economista, as receitas da empresa são insuficientes para garantir o seu funcionamento porque a companhia, durante esse tempo todo, não conseguiu ajustar a sua estrutura de custos às receitas que vem fazendo, “e aqui podemos dizer que há ma gestão”.

Essinalo refere que a privatização é justificável quando a iniciativa privada se mostra eficiente em relação ao Estado na produção e provisão de um bem ou serviço, sendo que a extinção se mostra como uma solução ideal para empresas comercialmente inviáveis e que apresentem um longo histórico de prejuízos, patrimônio negativo e divida elevada.

Varias companhias internacionais estarão interessadas no negocio da LAM, entre as quais a Etiopian Airlines e Malawi Airlines.

Entretanto, o académico Adelson Rafael alerta que, se não for devidamente acautelado, o processo de privatização, pode ter efeitos negativos porque sem mecanismos regulatórios poderemos ter um monopólio e influência nas tarifas que serão praticadas pelas companhias que, eventualmente, vão ficar com a LAM.
O sociólogo Moisés Mabunda não tem duvidas que a privatização só vai trazer benefícios para os cidadão, “porque poderá haver mais freqüência de voos para sítios onde desejamos ir, assim como os preços serão concorrecionais”.

Entretanto, o ministro moçambicano dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, anunciou que o futuro da empresa será conhecido ainda no decurso deste mês e sublinhou que “o que pretendemos é ter uma companhia que nos orgulhe, sustentável, competitiva, que não represente um custo para o Governo e que capitalize o mercado nacional, onde detém quase o monopólio”.

“Não posso avançar se vamos privatizar ou transformar a empresa numa sociedade”, concluiu o governante.

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