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Prisão de alegados membros do Al-Shabab levanta "alerta" em Moçambique


Combatentes de Al-Shabab na Somália
Combatentes de Al-Shabab na Somália

Governo não se pronunciou e analistas alertam para recrutamento de militantes e branqueamento de capitais

A Polícia da República de Moçambique (PRM), citada pela Rádio Moçambique, revelou esta semana ter detido dias antes, em Cabo Delgado, três indivíduos acusados de pertencerem a um grupo de muçulmanos, alegadamente membros do grupo radical islâmico Al-Shabab.

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Esta é a segunda detenção de supostos membros do Al-Shabab em Moçambique, sendo que a primeira, ocorreu no mês passado no distrito de Quissanga.

Apesar dessas prisões, alguns analistas afirmam ser difícil acreditar num eventual braço do grupo em Moçambique, enquanto outros admitem essa realidade, pelo menos para recrutar militantes, aproveitando-se da pobreza de pessoas e da fragilidade institucional.

Embora Moçambique tenha aprovado uma lei de combate ao terrorismo, dizem os analistas, a fragilidade das instituições faz com que o país seja vulnerável a acções de organizações terroristas.

O jurista e jornalista Armando Nenane afirma que nos Serviços de Migração "há niveis acentuados de corrupção, resultando daí a facilidade com que alguns estrangeiros adquirem a nacionalidade moçambicana".

"Olhando para este quadro, conclui-se que, claramente, há muita vulnerabilidade de Moçambique se transformar em esconderijo para grupos extremistas e organizações terroristas", destaca Nenane.

Outros observadores advertem, no entanto, que não se pode pôr de lado a hipótese de agentes do grupo entrarem no branqueamento de capitais, em Moçambique, a fim de conseguir dinheiro para financiar a organização.

Há relatos de vários casos de indivíduos que saem ou tentam sair de Moçambique com muito dinheiro, alegadamente, para financiar organizações consideradas terroristas, tal como aconteceu recentemente nas fronteiras de Ressano Garcia e Machipanda.

Entretanto, a gestora do Hotel Nacional, Maimuna Abdula, diz lidar com muitos muçulmanos, no seu dia a dia, mas não acredita que possa haver células da Al-Shabab no país, "porque elas teriam muitas dificuldades de actuar, uma vez que Moçambique não é um país muçulmano como a Síria, Somália, Irão e outros".

O Governo moçambicano não se pronunciou sobre os três muçulmanos detidos em Mucojo, Cabo Delgado, mas a comunidade islâmica, que se distancia do grupo, diz que o Executivo não deve ficar de braços cruzados, "senão teremos problemas muito sérios no futuro".

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