A detenção do líder do Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe, José Mateus Zecamutchima, é ilegal, disse o conhecido advogado angolano Nzola Bambi.
O advogado falava à margem de uma reunião promovida pela organização não governamental “Friends of Angola” para discutir a situação na vila de Cafunfo e na qual a activista Laura Macedo disse que a população local continua a ser vítima de sevícias e arbitrariedades da polícia.
Para Nzola Bambi, Zecamutchima já devia ter sido libertado “porque a prisão é irregular”.
“Ele praticamente está em cárcere privado por interesse de um grupo ao invés de ser do interesse dos tribunais", acrescentou o jurista e presidente do Observatório de Coesão Social e Justiça de Angola
Zecamutchima foi preso a 9 de Fevereiro depois dos confrontos no Cafunfo entre manifestantes e polícia que resultaram em vários mortos.
As autoriades judiciais ignoraram um pedido de habeas corpus apresentado pelo seu advogado Salvador Freire, quem disse pretender levar o caso ao Tribunal Supremo.
Por seu turno, a activista Laura Macedo, que vistuou recentemente o Cafunfo disse que continuam as perseguiçoes e sevícias por parte da polícia.
"Eles estão proibidos de viver e ainda são maltratados”, afirmou e acrescentou que “a agricultura lá está proibida, o Governo ou
as companhias mineiras dos governantes não permitem a existência das lavras dos nativos".
Movimento das Lundas diz que comandante da polícia e ministro do interior devem ser demitidos
Entretanto, Fie Mwaco, secretário geral do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, referiu-se aos polícias demitidos recentemente pelo comandante geral da Polícia Nacional, Paulo de Almeida, na sequência dos confrontos de 30 de Janeiro.
"Para nós estes agentes da polícia têm um mando, são estes chefes, Paulo de Almeida, comandante Ggeral e Laborinho, ministro do Interior que devem ser punidos pela gravidade dos crimes cometidos contra os filhos das Lundas", defendeu.
O Movimento, por outro lado, convidou a população do Cafunfo e das Lundas a acender uma vela na sua própria casa, em vígilia pelas vítimas.
O comunicado pede também a libertação imediata de José Mateus Zecamutchima