O primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe remeteu nesta sexta-feira ao Presidente da República, Manuel Pinto da Costa, uma carta em que propõe a exoneração do ministro da Justiça e dos Direitos Humanos Roberto Raposo.
A decisão de Patrice Trovoada surge depois de Raposo ter colocado o seu cargo à disposição do Chefe do Governo, na sequência das duras críticas dirigidas aos juízes e magistrados do Ministério Público durante a sua audição pela primeira Comissão Especializada da Assembleia Nacional.
De acordo com a nota do Gabinete de Imprensa do primeiro-ministro, uma vez exonerado pelo Decreto Presidencial, o cargo de ministro da Justiça e dos Direitos Humanos será acumulado por um outro membro do Governo até a nomeação do novo titular da pasta.
O ministro da Justiça e Direitos Humanos de São Tomé e Príncipe pediu na noite desta segunda-feira a sua demissão horas depois de ter feito duras críticas contra os magistrados judiciais.
O anúncio da demissão foi feito pelo próprio Roberto Raposo que, em comunicado, admitiu que as suas declarações “tornadas públicas assim e fora do contexto, podem ter causado mau-estar no relacionamento institucional entre o Governo e os tribunais, contrariando assim o quadro de referência dos objetivos do Governo e de sua excelência o primeiro-ministro em matéria de reforma da Justiça”.
Durante o dia, ao falar na primeira comissão especializada do Parlamento, Raposo acusou os juízes e magistrados de serem "ignorantes" e responsabilizou-os pela situação da justiça no país.
No comunicado, Roberto Raposo revelou que as gravações das suas declarações foram obtidas de “forma fraudulenta”, com o “único objetivo de exploração politica e de ofensa a pessoas e instituições”.