As águas costeiras moçambicanas são cada vez mais procuradas por armadores asiáticos, particularmente os da China, situação que preocupa a sociedade civil por ter o potencial de delapidar espécies.
A publicação “Carta de Moçambique” escreve que, nas próximas semanas, 114 embarcações da China estarão nas águas moçambicanas, após este ter, recentemente, recebido 359 toneladas de crustáceos e peixes do país do Índico.
Esta pressão inquieta o Fórum das Organizações da Sociedade Civil da Área Marinha e Costeira (Foscamoc), que defende a sustentabilidade pesqueira, diz Sheila Rafi, directora executiva da Livaningo.
"Nós estamos a tirar recursos com velocidade maior do que aquela com que os organismos se reproduzem”, diz.
A pressão, explica Rafi, é feita por ambos sector industrial e artesão, e “neste momento estamos num caminho que não nos leva à sustentabilidade".
Rafi diz que o impacto disso é já visível: “Há pequenos estudos que mostram que o stock de camarão está a diminuir (…) já sentimos que começa haver escassez de garoupa, escassez de alguns recursos que antes abundavam à mesa do consumidor".
A Foscamoc sugere a melhoria de modelos de gestão, controle e fiscalização da pesca industrial.
"Muitos dos nossos recursos saem do alto mar e vão directo para fora. A nossa preocupação é o que podemos fazer para que estes grandes navios não saiam com os nossos recursos sem que haja um olho nosso", desabafa Rafi.
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