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Presidente da Venezuela pediu a Úmaro Sissoco Embaló para interceder por Alex Saab junto de Cabo Verde


Úmaro Sissoco Embaló, Presidente da Guiné-Bissau
Úmaro Sissoco Embaló, Presidente da Guiné-Bissau

Chefe de Estado da Guiné-Bissau revelou ser normal que Nicolás Maduro tenha falado com ele como fez com os Presidentes da Rússia e de Cuba

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, revelou que o seu homólogo da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu "por várias vezes" a sua colaboração junto das autoridades de Cabo Verde para conseguir a libertação do enviado especial de Caracas, Alex Saab, detido no arquipélago desde 12 de junho e que aguarda uma decisão da justiça sobre a sua extradição ou não para os Estados Unidos.

“O que é verdade é que o Presidente Nicolás Maduro ligou-me várias vezes para pedir-me que interceda junto dos irmãos cabo-verdianos sobre o cidadão venezuelano que está detido em Cabo Verde e que está com um mandado de captura internacional emitido pelos americanos", revelou Embaló ao responder a jornalistas durante um encontro no qual fez o balanço de 2020 nesta quarta-feira, 30.

O Chefe de Estado guineense fez esta revelação quando questionado se a Colômbia, país do qual Saab é natural, teria pedido o apoio dele para facilitar a libertação de Alex Saab.

"Estou a ouvir isso pela primeira vez, não existe nenhum pedido formal da Colômbia nesse sentido para a Guiné-Bissau", respondeu Embaló que, no entanto, classificou o pedido do Presidente venezuelano de "bom sinal", por indica que o país "conta para alguma coisa".

Úmaro Sissoco Embaló acrescentou ainda ainda "ser normal" que Maduro fale com o Presidente da Guiné-Bissau "como também falou o Presidente Putin da Rússia, o Presidente de Cuba e de outros países".

Recorde-se que após a detenção de Alex Saab a pedido da justiça americana, informações não confirmadas nem desmentidas oficialmente indicaram, com fotos, a presença durante vários dias de aviões da Venezuela e da Rússia no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, em Bissau.

O caso

Detido a 12 de junho no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal, num voo privado a caminho do Irão, Saab viu o Tribunal da Comarca de Barlavento autorizar a sua extradição para os Estados Unidos a 31 de julho.

A justiça americana, que pediu a sua detenção e extradição, diz que Saab é um testa-de-ferro do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o acusa de lavagem de capitais no montante de 350 milhões de dólares através do sistema financeiro dos Estados Unidos.

O Governo da Venezuela afirma que ele tem imunidade diplomática e que estava a serviço do país, enquanto a defesa também já recorreu à Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas e ao Tribunal da Cedeao.

O STJ de Cabo Verde negou três habeas corpus.

A 2 de dezembro o Tribunal da CEDEAO determinou que Alex Saab seja colocado em prisão domiciliária por motivos humanitários, enquanto aguarda a decisão da justiça sobre a sua extradição ou não.

Entretanto, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, e o Procurador-Geral da República, José Landim, deram a entender na semana passada que o caso ainda corre na justiça cabo-verdiana, que os tribunais nacionais são soberanos e que o primeiro protocolo de adesão ao Tribunal, de 1991, não foi ratificado, nem publicado, enquanto o segundo, de 2005, “não foi assinado”.

Na sexta-feira, 11, em comunicado, o Governo da Venezuela disse “estranhar “a posição das autoridades de Cabo Verde.

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