A Turquia entregou gravações relacionadas com o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi à Arábia Saudita, Estados Unidos, Alemanha, França e Reino Unido, disse o presidente Tayyip Erdogan, neste sábado.
Fontes turcas anteriormente haviam dito que as autoridades tinham uma gravação de áudio supostamente documentando o assassinato.
“Entregamos as fitas. Entregamos as fitas à Arábia Saudita, Estados Unidos, alemães, franceses e britânicos, todos eles. Eles ouviram todas as conversas nelas. Eles sabem”, afirmou Erdogan citado pela Reuters.
Khashoggi, um colunista do Washington Post crítico do governo saudita e seu governante de facto, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, desapareceu no consulado saudita em Istambul, a 2 de outubro.
Autoridades sauditas disseram inicialmente que Khashoggi havia deixado o consulado, afirmando depois que ele tinha morrido numa operação não planificada. O Procurador do reino saudita, Saud al-Mojeb, desde então disse que ele foi morto num ataque premeditado.
Falando antes de partir para França para participar nas comemorações que marcam o 100º aniversário do fim da 1ª Guerra Mundial, Erdogan pediu que a Arábia Saudita identifique o assassino entre o grupo de 15 homens que chegou à Turquia dias antes da morte de Khashoggi.
“Não há necessidade de distorcer essa questão, eles sabem com certeza que o assassino, ou assassinos, estão entre as 15 pessoas. O governo saudita pode revelar isso fazendo essas 15 pessoas falarem”, afirmou Erdogan.
O presidente turco ainda acusou Mojeb, que visitou Istambul para discutir a investigação e fazer inspecções no consulado, de recusar-se a cooperar, atrasando o processo.
Após encontro neste sábado em Paris, o presidente Donald Trump e o francês Emmanuel Macron concordaram que autoridades sauditas precisavam esclarecer o assassinato de Khashoggi, de acordo com uma fonte na presidência francesa.
Eles também concordaram sobre a importância de não permitir que o assunto cause mais desestabilização no Médio Oriente e que pode criar uma oportunidade para encontrar uma resolução política à guerra no Iémen, segundo a fonte.