O presidente sul-africano Jacob Zuma visita Moçambique na próxima semana a convite de Filipe Nyusi. A deslocação acontece num momento em que o Governo de zuma não é bem visto em Maputo devido à onde da violência, considerada xenófoba pelos moçambicanos, e que obrigou ao regresso de milhares ao país. O ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Oldemiro Balói reconheceu nesta sexta-feira, 15, que a crise beliscou as relações entre Maputo e Pretória.
A África do Sul precisa aumentar as quantidades de gás natural e da energia eléctrica que importa de Moçambique para reduzir a pior crise de energia caracterizada por cortes constantes e prolongados de fornecimento da electricidade em todos os sectores da economia nacional.
Com a falta de novos investimentos e manutenção de infra-estruturas energéticas e expansão da rede eléctrica para as comunidades marginalizadas pelo regime do apartheid, o sistema não aguenta. Há cortes constantes e prolongados em todos os sectores da economia mais desenvolvida do continente africano.
Instituições internacionais de serviços de auditoria colocaram a perspectiva económica do país quase à beira da caixa de lixo.
Por isso, o Governo sul-africano quer alternativas urgentes, que Moçambique pode oferecer.
O jornalista moçambicano Gabriel Mussavel acredita que a visita do Presidente Zuma pode activar muitos negócios entre os dois países, incluindo o aumento de fornecimento de gás e electricidade à Africa do Sul.
Entretanto, a visita de Zuma surge numa altura em que milhares de moçambicanos estão afectados pela violência contra imigrantes, sobretudo africanos, na África do Sul.
O país acolhe uma comunidade moçambicana de 32 mil mineiros e 12 mil trabalhadores no sector agrícola.
O governo de Zuma pediu desculpas aos países cujos cidadãos estão ou foram afectados e lançou uma operação de grande envergadura, envolvendo policias e militares em bairros residenciais considerados fontes de criminalidade e xenofobia.
Centenas de imigrantes sem documentos, incluindo moçambicanos, foram detidos e serão deportados para os seus países de origem. Ainda nesta sexta-feira, 15, 420 moçambicanos serão deportados da África do Sul e mais 527 estão à espera de ter o mesmo detino.
A ministra sul-africana dos Negócios Estrangeiros e Cooperação diz que na sua família e no governo de Zuma desconhece-se o significado de xenofobia, até por que ela é descendente de Gungunyana, considerado herói da resistência colonial em Moçambique.
O assunto, no entanto, será discutido durante a visita de Jacob Zuma, como admitiu hoje o ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Oldemiro Balói ao dizer que "haverá um encontro diplomático" em Maputo.