O gabinete do presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP) da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá, foi violado e vandalizado por grupo de indivíduos não identificado.
A denuncia foi feita nesta terça-feira, 24, pelo assessor de imprensa do Parlamento, Inácio Tavares.
A Polícia Judiciaria foi chamada ao local para recolher elementos para exames periciais.
Em consequência, Cipriano Cassamá anunciou que vai passar a trabalhar agora na sua residência, alegando a falta de segurança.
O “assalto” ao gabinete do presidente da ANP aconteceu menos de uma semana depois de o ministro do Interior, Botché Candé, ter imposto a substituição do corpo de segurança do Parlamento, contra a vontade de Cipriano Cassamá, que, segundo as normas regimentais do órgão, é quem compete solicitar a mudança do corpo de segurança, o qual está ainda sob a sua “dependência directa”.
O incidente acontece numa altura em que o Governo prepara para apresentar o seu programa perante os deputados, cuja sessão deve ser convocada pela mesa do Parlamento.
Entretanto, recentemente a Comissão Permanente, dominada pelo PAIGC, chumbou esta possibilidade.
Coincidência ou não, esta “acção veio assim reforçar a tese de Nuno Gomes Nabian, segundo candidato mais votado nas eleições presidenciais de 2014 e igualmente presidente da APU-PDGG, que denunciou que as actuais autoridades governamentais “têm um plano para assaltar o Parlamento e fazer aprovar o seu programa bem como o Orçamento Geral do Estado”.
Uma denúncia que lhe custou uma notificação do Ministério Público.
O gabinete de Cassamá revelou estar em curso "uma tentativa de minar o poder constitucional" do Parlamento e responsabiliza o Presidente guineense, José Mário Vaz e o primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló, por "manobras obscuras".