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Presidente guineense diz não aceitar que embaixador dos EUA em Bissau continue a residir fora do país


Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló fala a jornalistas na Presidência, Bissau, 24 de Setembro de 2021
Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló fala a jornalistas na Presidência, Bissau, 24 de Setembro de 2021

Umaro Sissoco Embaló adverte que nenhum embaixador entrará nas instalações das Forças Armadas e que os assuntos devem ser tratados no Ministério dos Negócios Estrangeiros

O Presidente da Guiné-Bissau afirmou que nenhum embaixador estrangeiro pode entrar nas instalações das Forças Armadas do país e, por outro lado, disse que não vai permitir que o representante diplomático dos Estados Unidos junto de Bissau continue a residir em Dakar.

Ao falar a jornalistas na sexta-feira, 24, no seu regresso de Nova Iorque, onde discursou na Assembleia Geral das Nações Unidas, Umaro Sissoco Embaló revelou ter advertido as autoridades norte americanas que “com o Umaro Sissoco Embaló [na Presidência da República], o embaixador dos EUA residente em Dakar não vai cobrir a Guiné-Bissau, pois a convenção de Viena foi clara nesta matéria”.

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Ele também afirmou que os embaixadores estrangeiros, de qualquer país, têm de tratar os assuntos no Ministério dos Negócios Estrangeiros.

“É o fim dos embaixadores que vêm cá passear e entrar nos quartéis. Este ‘paguay’ acabou. Doravante quando um embaixador vier a Guiné-Bissau que trate os seus assuntos no Ministério dos Negócios Estrangeiros, pois a Guiné-Bissau é como um qualquer Estado. Pobre, mas digno”, precisou o Presidente guineense, para quem, “a Guiné-Bissau, como um Estado, há coisas que não vai admitir, pois não há pequeno Estado”.

Questionado sobre o facto de os Estados Unidos não terem embaixador residente em Bissau desde o conflito militar de 7 de Junho de 1998, o Umaro Sissoco Embaló lembrou que a Guiné-Bissau também não tem embaixador em Washington.

Contudo, o Chefe de Estado guineense acrescentou que as autoridades americanas lhe garantiram que o assunto está em cima da mesa e que a Guiné-Bissau está também a trabalhar para abrir uma representação diplomática em Washington.

Em Nova Iorque, o Presidente guineense reuniu-se com a embaixadora americana junto da ONU, Linda Thomas-Greenfield, com quem, segundo Embaló, abordou o levantamento das sanções aos militares da Guiné-Bissau pelas Nações Unidas e explicou que a Constituição da República da Guiné-Bissau não permite a extradição dos seus cidadãos.

Em Agosto, os Estados Unidos anunciaram uma recompensa de cinco milhões de dólares por informação que leve à prisão e/ou condenação do antigo Chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai.

Durante muitos anos, Washington tem financiado a formação de militares guineenses e instalou um laboratório da língua inglesa na Marinha Nacional.

Os Estados Unidos apoiam directamente o Instituto da Defesa Nacional, o qual apoia em sessões de formações e materiais.

A VOA contactou a embaixada dos Estados Unidos, mas ainda sem sucesso.

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