Na Guiné-Bissau, o presidente da Assembleia Nacional Popular Cipriano Cassamá pede a demissão do actual Ministro da Economia e das Finanças, Geraldo Martins.
Em causa consta a rejeição do Governo em executar o novo orçamento do Parlamento, recentemente reajustado pelos próprios deputados e que quase dobra a anterior despesa orçamental.
O pomo da discórdia aconteceu quando a Assembleia Nacional Popular enviou ao Ministério das Finanças a folha de pagamento do mês de Outubro, reflectindo os aumentos, em quase 50, do seu orçamento anual.
Em resposta, o Governo diz não ter condições financeiras para executar tal despesa, considerando-a insuportável, o que gerou logo uma onda de contestação por parte dos parlamentares, que esperavam ver os seus rendimentos mensais aumentados. O presidente Cassamá pediu de imediato a cabeça do titular da pasta das finanças
Para o analista político guineense Rui Landim, as declarações do presidente da Assembleia Nacional Popular, perante a plenária da ANP, têm uma única interpretação política."A reação do presidente da ANP está ligada ao clima interno do seu partido, que é o PAIGC", considerou Landim.
Últimas informações indicam, entretanto, que, através do ministro da Presidência do Conselho de Ministros e Porta-voz do Governo Baciro Djá, o Governo pede desculpas e compreensão dos parlamentares, ao mesmo tempo que lembrou ao Parlamento que é de consenso comum que o país precisa de fazer muita contenção para suportar as suas obrigações financeiras e econômicas.
Djá deixou entender que o Executivo não está mesmo em condições para aceitar agora o orçamento da ANP.