O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, acusou o Presidente da República, João Lourenço, de, alegadamente, estar a oferecer casas, bolsas de estudo e outras benesses aos jovens activistas para reduzir a onda de contestação contra o seu Governo.
Alguns activistas citados já se demarcaram.
O presidente do maior partido da oposição angolana fez esta acusação na quarta-feira, 25, em Luanda, quando falava a propósito de uma suposta lista com nomes de activistas e manifestantes aos quais seriam atribuídas casas para habitação.
“O pai usa a força e a violência sobre os seus filhos. E o que é que o pai faz a seguir, em vez de acender a luz e abrir as portas do diálogo? O pai agora está a comprar os líderes da casa, os filhos, está-lhes a comprar com casas, está-lhes a comprar com carros, está-lhes a comprar com bolsas no estrangeiro, onde por ordem de escala de prioridades à ordem da liderança dos seus filhos: está a comprar a consciência da sua casa. Isto não é bom para ninguém, denota uma enorme falta de diálogo na casa, e está a estragar os filhos porque está a corrompê-los. Isto não é caminho a seguir”, afirmou Costa Júnior durante uma reunião com membros da organização feminina do seu partido.
Entretanto, muitos dos supostos beneficiários já vieram a público rejeitar a oferta cuja iniciativa foi atribuída ao Conselho Nacional da Juventude (CNJ).
O activista Dito Dali é um dos que se manifestam desinteressados por esses bens.
“Eu não gosto de viver nos projectos construídos pelo Estado”, disse o activista, quem lembrou que foi removido da função pública por causas das suas posições e que, nessa condição, não tem dinheiro para comprar uma casa.
Outros activistas foram citados, como Luaty Beirão, que já vieram a público desmarcar-se de qualquer tentativa do género.