O presidente da Renamo declarou que o seu partido venceu as eleições autárquicas desta quarta-feira, 11, em Moçambique, apesar das alegadas irregularidades perpetradas pela Frelimo e órgãos de gestão autárquica, segundo o próprio Ossufo Momade.
O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) diz ser ainda cedo para a divulgação dos resultados, visto que decorre o apuramento ao nível distrital e a Comissão Nacional das Eleições (CNE) tem até 15 dias para submeter os resultados para a validação pelo Conselho Constitucional.
Para o analista e membro do Instituto Moçambicano para a Democracia (IMD), Dércio Alfazema, o anúncio unilateral dos resultados pode degenerar em tensão e turbulência pós-eleitoral.
Cerca de 24 horas depois da realização das sextas eleições autárquicas em Moçambique, o líder da oposição veio a público afirmar que o seu partido ganhou de forma "convincente e inequívoca" a votação, apesar das "inúmeras ilegalidades preparatórias da fraude eleitoral", alegadamente praticadas pela Frelimo.
Ossufo Momade acusou ainda a Frelimo e os órgãos eleitorais de terem pago alguns presidentes de mesa para fazer "o enchimento das urnas, falsificar os resultados" e recusarem-se a elaborar as actas e editais nas mesas onde o partido venceu.
Momade disse que a Polícia da República de Moçambique (PRM) é cúmplice, o que para o Chefe de Operações do STAE-Central, Leonardo Bila, são acusações infundadas.
Por seu lado, a porta-voz do STAE, Regina Joyce Matsinhe, referiu ser cedo para o anúncio dos resultados visto que decorre o processo de apuramento ao nível distrital que durará até três dias, sendo que os órgãos centrais têm até 15 dias para a divulgação de quem venceu em cada uma das 65 autárquicas.
Enquanto os resultados eleitorais não são divulgados, em Maputo, os cabeças de lista da Renamo, Venâncio Mondlane, e da Frelimo, Razaque Manhique, usaram as redes sociais para reivindicar as respetivas vitórias.
Dércio Alfazema, do IMD, considera que "este tipo de situação atípica pode gerar turbulência".
A Frelimo, partido no poder, ainda não se pronunciou e, segundo fontes seguras, deve reunir-se nesta quinta-feira, antes de qualquer tomada de posição.
Recorde-se que 4.8 milhões de moçambicanos estavam inscritos para o pleito nas 65 autarquias.
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