O juiz André da Silva Neto, actual presidente da Comissão Nacional Eleitoral, foi reconduzido para um novo mandato de cinco anos à frente daquele órgão, a cerca de oito meses das eleições gerais.
Observadores estão cépticos quanto ao processo que alguns consideram estar viciado, enquanto outros defendem uma maioria fiscalização da sociedade.
O professor universitário Nélson Pestana Bonavena considera ainda as organizações da sociedade podem ser incluídas na fiscalização do pleito eleitoral.
“O processo já está viciado e vai continuar viciado, mas pelo menos era necessário que houvesse uma fiscalização para que não haja reclamação”, considerou aquele analista, que defende a dispensa de observadores internacionais“desde que todas as organizações nacionais fossem credenciadas para exercer essa fiscalização”.
Mais crítico, Rafael Marques, jornalista e activista cívico entende também que “o processo está viciado”, mas alerta para os factos de os partidos da oposição terem seus problemas internos, enquanto asociedade civil encontra-se desarticulada.
“Os partidos da oposição não tem força para exigirem lisura e estão com os seus próprios problemas internos, por exemplo a CASA-CE foi rejeitado o pedido para se transformar em partido político e está mais preocupada com a sua situação interna do que comdo país”, explica marques que lembra também que “sempre que a UNITA tem uma atitude vigorosa é considerada inimiga da paz e fazem resurgir todos os fantasmas da guerra”
Para aquele activista, “todo o esquema já está montado para que o pleito seja do interesse do presidente e do MPLA.
O papel da CNE tem sido, contudo, criticado nos últimos meses pelos partidos da oposição durante o actual processo de registo eleitoral, que está a ser conduzido pelo Ministério da Administração do Território.
A oposição chegou a recorrer ao Tribunal Constitucional por considerar que o registo eleitoral é uma responsabilidade da CNE, pretensão que foi indeferida, com aquele órgão a atribuir a responsabilidade do processo ao Governo.