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Presidência da CEDEAO: Sissoco Embaló admite que resultado das eleições pesou na decisão de não se recandidatar


Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, fala à nação depois de tentativa de golpe de Estado. 1 Fevereiro 2022
Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, fala à nação depois de tentativa de golpe de Estado. 1 Fevereiro 2022

Presidente da Giné-Bissau termina no domingo o seu mandato à frente da CEDEAO na Cimeira de Bissau

O Chefe de Estado da Guiné-Bissau não concorre a um segundo mandato à frente da Presidência em exercício da Comunidade Económica dos Estados Unidos da África Ocidental (CEDEAO) na cimeira de Chefes de Estado e de Governo da organização que se realiza neste domingo, 9, em Bissau.

Em entrevista à Voz da América na sexta-feira, 7, a ministra de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Suzi Barbosa, disse que Umaro Sissoco Embaló não seria canidato a um segundo mandato devido ao que "ele chama de Princípio de Bissau, ao defender que cada país deve ter apenas um mandato para prevenir a rotatividade".

Entretanto, em Bissau, o Presidente guineense admitiu que a sua decisão de não concorrer prende-se com o facto de agora ter de coabitar com o PAI-Terra Ranka, vencedora das eleições legislativas de 4 de Junho.

“Podia não ter nada a ver, mas por uma questão de ocorrência decidi não fazê-lo”, disse Sissoco Embaló a jornalistas na sexta-feira, 7, sustentando a sua posição com a necessidade de ser necessária uma cumplicidade entre o Presidente e o Governo, sobretudo a nível do que chamou de “ministros tutelais”, nomeadamente dos Negócios Estrangeiros, das Finanças, da Justiça, da Defesa e do Interior.

Ele reiterou que vai para uma coabitação e garantiu que não pediu ministérios, o que a priori não lhe dará uma garantia total de junção de interesses.

“Vou para uma nova era de coabitação em que não tenho maioria, não vou pedir pastas nem nada. O povo é soberano, já decidiu e ponto final. Tem que deixar o partido vencedor mostrar ao povo o que pode".

Umaro Sissoco Embaló sublinhou, no entanto, que "haverá uma coabitação sã e sincera, mas nunca abdicarei do meu papel de fiscalizador".

"Que fique claro que o Presidente da República é Presidente da República”, disse o Presidente em Safim, arredores de Bissau, no lançamento da primeira pedra do projecto imobiliário do Instituto Nacional de Segurana Social.

"Guiné-Bissau está de parabéns"

Em tempos de balanço, e em resposta a perguntas dos jornalistas, Sissoco Embaló disse que a Guiné-Bissau está de parabéns.

"Conseguimos restaurar a nossa autoestima e dignidade. Este sim é que é o Estado, não aquele banalizado, em que os embaixadores faziam tudo o que lhes apetecia, inclusive iam às reuniões do Conselho de Ministros, não”, afirmou o Presidente que destacou ainda as medidas de austeridade tomadas pelo Governo, alinhadas com o Fundo Monetário Internacional que vão dar resultados.

"Um dia, os cidadãos que nos têm criticado sentirão os frutos dessas medidas”, concluiu.

Os 15 Estados membros da CEDEAO escolhem no domingo o país que vai presidir a organização e aprovaam uma declaração que deve marcar os próprios passos.

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