Os preços internacionais do petróleo dispararam após duas grandes instalações da petrolífera saudita Aramco terem sido atacadas, supostamente com drones, no sábado, 14.
O preço do petróleo do tipo Brent chegou a 71,95 dólares, um aumento de 19%, enquanto o do tipo crude atingiu os 63,34 dólares, 15 por cento a mais.
Estes aumentos aconteceram depois de a Arábia Saudita ter cortado pela metade a produção de petróleo, o que representou uma perda, segundo a agência de notícias Bloomberg, de cerca de 5,7 milhões de barris no dia do ataque, o que representa mais de 5 por cento da producão global.
A anterior subida brusca dos preços aconteceu em 1979 quando Saddam Hussein invadiu o Kwait.
A marca também supera o corte na produção em 1979, durante a Revolução Islâmica.
Estados Unidos e Irão trocam acusações
O ataque aconteceu quando rebeldes iemenitas houthis, que são apoiados pelo Irão no conflito que acontece no Iémen contra a Arábia Saudita, que suporta o Governo, enviaram 10 drones contra as instalações de Aramco, em Abqaiq, o que provocou incêndios de grandes proporções.
Numa primeira reacção, no sábado, 14, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, acusou o Irão pelo ataque, dizendo que não há evidências de que eles partiram do Iémen.
"No meio de convocações para reduzir a tensão, o Irão lançou um ataque sem precedentes contra o fornecimento de energia do mundo. Não há evidências de que os ataques tenham partido do Iêmen”, afirmou Pompeo no sábado no Twitter.
O príncipe herdeiro saudita, Mohamed bin Salman, garantiu que Riad "quer e pode" responder a esta "agressão terrorista".
Em resposta, Teerão acusou os Estados Unidos de procurarem um pretexto para retaliar o Irão.
"Tais acusações e comentários infrutíferos e cegos são incompreensíveis e sem sentido. Tais comentários parecem mais conspirações de organizações secretas e de inteligência para prejudicar a reputação de um país e criar um quadro para ações futuras", afirmou o porta-voz do Ministério do Exterior iraniano, Abbas Mousavi, em comunicado.