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PR revoga promoção de militar acusado de envolvimento no caso Cassule e Kamulingue


Kamulingue e Cassule
Kamulingue e Cassule

Santos criou uma comissão de inquérito para averiguar como o acusado chegou a ser promovido enquanto réu.

O presidente de Angola José Eduardo dos Santos, nas vestes de Comandante-Em-Chefe, revogou na segunda-feira, 23, a promoção general do oficial dos serviços secretos, acusado de assassinar Isaías Cassule e Alves Kamolingue, dois activistas mortos por tentarem organizar uma manifestação.

Santos criou agora uma comissão de inquérito para averiguar como o acusado chegou a ser promovido enquanto réu.

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A revogação do ponto 6, da Ordem n.º 12/2014, de 27 de Maio, do Comandante-Em-Chefe, que promove António Manuel Gamboa Vieira Lopes ao Grau Militar de Brigadeiro, consta da Ordem n.º 30/14 assinada pelo também Comandante-em-Chefe, José Eduardo dos Santos e publicada no Diário da República nº 175, de 22 de Setembro.

A decisão surge após várias críticas vidas de políticos e da sociedade em geral de que Santos promoveu o acusado enquanto réu para o proteger do crime.

Na manhã desta quinta-feira, a VOA entrou em contacto com o chefe da casa militar do Presidente da República, Manuel Hélder Viera Dias “Kopelipa” que se mostrou indisponível para se pronunciar sobre a elevação de Vieira Lopes ao grau de general, uma vez que enquanto chefe da casa militar cabe auxiliar Santos nos dossiers militares.

Os advogados das vítimas ainda não se pronunciaram sobre a decisão de José Eduardo dos Santos.

De recordar que António Manuel Gamboa Vieira Lopes era o delegado dos Serviços de Inteligência em Luanda aquando do assassinato de Isaias Cassule e Alves Kamulingue.

O processo corria trâmites no Tribunal Provincial de Luanda que declarou-se incompetente para julgar oficiais superiores e o remeteu ao Supremo Tribunal.

Resta saber agora qual tribunal irá dar continuidade ao caso.

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