Cabo Verde deve fazer o seu trabalho de casa para tirar proveito dos fundos postos à disposição de África pelos Estados Unidos e outros espaços económicos, mas para isso terá de aproximar-se mais do continente, defendeu o Presidente da República do arquipélago.
Em entrevista à VOA aqui em Washington, Jorge Carlos Fonseca abordou também a relação entre ele e o primeiro-ministro, e considera positiva a experiência de coabitação entre eles apesar de terem apoios político-partidários diferentes.
Jorge Carlos Fonseca considera que a economia cabo-verdiana não cresce como esperado e que o país enfrenta o desafio de descobrir novas formas de financiamento da sua economia, em virtude do fim da ajuda pública ao desenvolvimento e aos reduzidos empréstimos concessionais. Para o Presidente da República de Cabo Verde há que fazer o trabalho de casa.
Neste sentido, Jorge Carlos Fonseca defende uma maior aproximação de Cabo Verde ao continente africano de modo a fazer ouvir a sua voz e a defender os seus interesses.
Desde 2011 e pela primeira vez, Cabo Verde tem um presidente e um primeiro-ministro apoiados por partidos e sensibilidades políticas diferentes.
Jorge Carlos Fonseca teve o apoio do MpD e de sectores próximos enquanto o primeiro-ministro José Maria Neves foi eleito com os votos do PAICV.
Fonseca considera que esta experiência está a ser muito rica e boa para a democracia cabo-verdiana.
Ele diz ainda que se fala muito em crispação, mas lembra que vetou três ou quatro leis e enviou outras tantas para o Tribunal Constitucional, enquanto aprovou mais de uma centena de leis do Governo.
"Desde 1992, com a instauração do sistema político, Cabo Verde nunca teve uma crise política séria", disse.
Era o presidente de Cabo Verde Jorge Carlos Fonseca em entrevista à VOA por ocasião da sua participação na Cimeira Estados Unidos-África aqui em Washington.