O Presidente de Cabo Verde admitiu numa declaração à imprensa impor o estado de emergência no país se os casos de Covid-19 continuarem a aumentar, muito por culpa da campanha eleitoral para as legislativas do domingo, 18, e pela falta de respeito pelas normas por parte dos cidadãos.
Jorge Carlos Fonseca afirmou a jornalistas na noite de segunda-feira, 12, que logo a seguir à campanha eleitoral vai proporcionar um encontro com autoridades de saúde e os responsáveis políticos para reavaliar o estado sanitário declarado.
Fonseca considerou que o problema, não está na intensidade das medidas, mas no cumprimento daquelas que são adequadas em cada momento de modo a evitar uma situação “incontrolável” sobre os serviços da saúde.
Segundo o presidente da República, o Estado de Emergência constitucional é um último recurso já que traz “muitas dificuldade e inúmeros inconvenientes”, mas, prosseguiu, para evitá-lo é preciso haver atitudes diferentes.
Quanto à campanha eleitoral, apontada como estando na base do aumento de casos, o Presidente reforçou que embora seja importante, nada é mais importante do que salvaguardar as vidas humanas e garantir a saúde dos cabo-verdianos.
Até ontem, o arquipélago tinha 1.513 casos activos, de um total de 19.110 casos positivos acumulados e 184 mortos.
Ante o aumento de casos, foi reactivado na capital do país, Praia, epicentro da doença, o hospital de campanha.
Angola registou 92 novos casos de covid-19 e um óbito de domingo a segunda-feira elevando o total para 23.549 infeções e 554 mortes, anunciou o Ministério da Saúde.
Com os números das últimas 24 horas, o país tem 22.093 doentes recuperados e 902 casos activos.
Por seu lado, Moçambique não notificou entre domingo e segunda-feira qualquer óbito, mas teve mais 34 novas infecções.
O total acumulado de mortes e mantém-se em 791 e o de casos sobe para 68.792, dos quais 86% são considerados recuperados da doença.
São Tome e Principe, registou um caso novo nas últimas horas 24 horas, aumento o total acumulado de infectados para 2.267, enquanto o total de mortes continua em 35.
A Guiné-Bissau registou na sexta-feira, 9, mais três casos para um total acumulado de 3.678 e 66 vítimas mortais.
Entretanto, hoje à noite as autoridades esperam receber mais 28 mil doses da vacina AstraZeneca, do consórcio Covax, liderado pela Organização Mundial da Saúde,
"É uma quantidade inferior daquela que estávamos à espera, mas já é uma quantidade que nos permite continuar a vacinação, depois deste processo de avaliação rápida desta primeira experiência que tivemos", disse a Alto Comissária para a Covid-19.
Magda Robalo explicou que a Covax informou aos países beneficiários da suspensão da distribuição de vacinas em virtude de a Índia, maior produtor de vacinas da Astrazeneca, enfrentar um novo surto de casos, que fazem do país o segundo com mais casos, depois dos Estados Unidos.
Em princípio, o Governo guineense devia receber 120 mil doses da vacina.
A campanha de vacinação começou a 2 de Abril, com o início da aplicação de 12 mil doses recebidas de uma parceria entre a União Africana e uma empresa de telecomunicações sul-africana.