Mais de 60 por cento da população tem acesso a água potável em casa, mas as autoridades preveem alargar a cobertura para 80 por cento até 2020.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatísticas, 62, 4 por cento da população cabo-verdiana têm acesso à rede pública de água.
No entanto, 15, 5% ainda faz abastecimento em chafarizes, 5, 6 em autotanques e 7,3% através das fontes de dos vizinhos e 9,3% a poços e outros meios de abastecimento.
Para marcar o Dia Mundial da Água, que se assinlada hoje, 22 de Março, o Presidente cabo-verdiano defendeu a introdução da taxa social, uma medida prevista no Orçamento de Estado.
O Chefe de Estado, que se encontra em Brasília a participar no oitavo Fórum Mundial da Água, afirmou que "transformar a água, em nome da eficiência contabilística ou mesmo económica, numa mercadoria disponibilizada através do mecanismo do mercado, compromete, no contexto cabo-verdiano, os objectivos da equidade e do desenvolvimento social de uma parte importante da população, ao condicionar o acesso à água ao poder de compra das famílias".
Para Fonseca, “em todo caso, a aplicação do mecanismo do mercado na gestão da água, em Cabo Verde, não é possível sem que haja uma tarifa social cujo custo é assumido pela proporção da população urbana mais abastada”, entende.
O Presidente reiterou ainda que "a aplicação do mecanismo do mercado na gestão da água, em Cabo Verde, não é possível sem que haja uma tarifa social cujo custo é assumido pela proporção da população urbana mais abastada".
Avanços e desafios
Entretanto, apesar de investimentos avultados no sector, o Governo diz ser necessário mais recursos para melhorar o quadro do abastecimento de água, bem como para a agricultura e criação de animais, dois meios importantes de trabalho e subsistência da maioria da população.
Sendo um arquipélago com fracas precipitações, havendo ano que nem chove, as autoridades cabo-verdianas consideram que se deve reforçar a aposta na dessalinização da água.
Aliás, o país dessaniliza a água do mar há cerca de 50 anos.
Outro aspecto importante prende-se com a necessidade do tratamento e reutilização das águas residuais, que podem ser usadas na rega de espaços verdes, agricultura, construção civil e outras actividades.
O administrador do Conselho de Administração da Agência de Água e Saneamento revelou hoje um projecto que vai aumentar a taxa de cobertura em toda a ilha de Santiago, que alberga metade da população do país
Inácio Pereira indicou que com a conclusão do projecto no valor de 150 milhões de dólares, a ilha de Santiago terá capacidade de produção e abastecimento para todos.
O Instituto Nacional de Estatísticas indica que em termos de população com acesso à rede pública de distribuição de água, os números são mais expressivos no meio urbano que atinge 67,6% dos habitantes, enquanto no meio rural a taxa baixa para 52,1%.