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Porta-voz da Renamo descarta congresso extraordinário depois de críticas contra Momade


Ossufo Momade, presidente da Renamo na Conferência Democracia em África, da IDC, Lisboa, 24 Fevereiro 2023
Ossufo Momade, presidente da Renamo na Conferência Democracia em África, da IDC, Lisboa, 24 Fevereiro 2023

“Exigimos que o Sr. Ossufo Momade se demita do cargo de Presidente da Renamo”, disse o general Thimocene Maquinze, para, alegadamente, revitalizar aquela formação política da oposição em Moçambique.

A Renamo, na oposição em Moçambique, descarta a possibilidade de realizar um congresso extraordinário para a escolha de outro presidente, tal como exige um grupo de militantes liderado pelo destacado general Thimocene Maquinze, para, alegadamente, revitalizar aquela formação política da oposição em Moçambique.

O partido já rejeitou qualquer congresso.

Maquinze, o rosto da exigência, fez duras criticas à actual liderança partidária, afirmando que “Ossufo Momade é inoperante” e a Renamo precisa de alguém que possa revitalizar o partido.

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“Exigimos que o Sr. Ossufo Momade se demita do cargo de Presidente da Renamo”, sublinhou Maquinze, general com muita influência na ala militar daquele partido.

O porta-voz da Renamo, José Manteigas, diz que isso está fora de hipótese, anotando que “sugerir a convocação de um congresso extraordinário em pleno mandato de Ossufo Momade, nos parece improcedente, na medida em que temos órgãos que decidem a vida do Partido, e neste momento não temos nenhum sentimento nesse sentido desses órgãos”.

Manteigas avança que Maquinze “foi uma das presenças notáveis no congresso em que Ossufo Momade foi eleito democraticamente e com uma percentagem expressiva, pelo que não sabemos quais são reais as motivações do general”.

Entretanto, o Reverendo Moiane diz que esta é uma situação que embaraça o líder da Renamo, sem duvida, mas sublinha que pode ser ultrapassada através de um diálogo aberto com todas as alas existentes.

“Tem de ser um diálogo franco para que possa ser conseqüente”, enfatiza Moiane.

Em algum momento, após a morte de Afonso Dhlakama, Maquinze foi apontado como um dos possíveis sucessores do antigo líder histórico da Renamo, e, aparentemente, a ala ndau, fortemente ligada à formação e condução da guerrilha, ainda não se conformou com a liderança de Ossufo Momade, que é da etnia macua.

Para o jornalista Tomás Vieira Mario, a exigência do general Maquinze pode traduzir o agravamento das fissuras internas porque, de facto, a Renamo, desde a morte do seu líder histórico, sempre mostrou grandes clivagens internas.

Por seu turno, o analista político Rui Francisco descarta a possibilidade de o general Maquinze formar um partido político para fazer frente à Renamo de Ossufo Momade e acredita que possa haver alguma engenharia interna de distribuição de poderes nos órgãos centrais do partido.

Maquinze, que era um elemento da confiança de Afonso Dhlakama, dirigiu as várias frentes da luta da Renamo contra o Governo, e está a recuperar de uma grave doença na cidade da Beira.

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