A Polícia Nacional (PN) de Angola reprimiu uma tentativa de manifestação nesta quinta-feira, 4, quando quase duas centenas de activistas pretendiam marchar em direcção ao Palácio Presidencial para protestar contra o MPLA, sob o lema “45 é demais”.
A marcha promovida pela auto-denominada Sociedade Civil Contestatária queria pedir por alternância, no dia em que se assinala o 60º aniversário do início da luta pela independência de Angola.
O Cemitério Sant'Ana, em Luanda, local da concentração, foi dominado por um enorme dispositivo policial, com brigada canina e cavalaria, e a PN deteve e espancou activistas.
Geraldo Dala, um dos activistas espancado, diz que “vários foram levados para os hospitais e outros encontram-se desaparecidos”.
O também activista Afonso Paulo lamenta as agressões sofridas.
“Tive que me esconder debaixo de um camião, escapamos e muita gente foi levada, vi aproximadamente três”, conta.
Para David Salé, “os agentes estavam armados até aos dentes e muitos dos nossos amigos estão desaparecidos”.
No protesto foram erguidas barricadas de pneus incendiados nas estradas, tendo os bombeiros sido chamados a intervir.
Os organizadores pretendiam chegar a 100 metros do Palácio Presidencial para mostrar o seu descontentamento com a governação do MPLA desde a independência.
“45 anos é demais” era o lema da marcha cujos promotores consideram que o MPLA “já não tem nada para dar para o país” e que apenas pretende manter-se no poder para extrair as riquezas de Angola.