O recente caso de agressão sexual praticado por um agente da Polícia Nacional (PN) de Cabo Verde a uma jovem detida no comando de Santa Catarina de Santiago mereceu forte debate e muitas críticas na imprensa e nas redes sociais.
Os requisitos exigidos para o ingresso e a formação na PN estão no centro desse “fogo cerrado”, bem como a forma de controlar os excessos.
O acusado está em prisão preventiva e outros três com Termo de Identidade e Residência.
O director da corporação centenária considera que este e outros casos praticados por policias são lamentáveis e mancham o bom nome da instituição, mas garante medidas rigorosas de punição contra os infractores.
Emanuel Estaline sublinha que “a policia é uma instituição de bem e não pactua com comportamentos negativos”.
Entretanto, o jurista e antigo comandante geral adjunto da polícia, João Santos, afirma que falta uma orientação clara, rigor na selecção e formação dos agentes.
"Penso que falta uma visão clara para a polícia republicana, porquanto cada partido quando chega ao Governo traz o ponto de vista próprio, isso não tem ajudado na criação de verdadeiros mecanismos para que tenhamos uma estrutura bem orientada, com elementos bem formados e preparados para cumprirem da melhor forma as respectivas funções e missões", justifica João Santos.
Para aquele professor universitário, numa sociedade mormente pequena, “quando elementos da polícia, que tem a missão de garantir a segurança pública e dos cidadãos praticam casos de agressão sexual em plena esquadra, maus-tratos, homicídios e roubos, pairam logo desconfianças e clima da falta de segurança".
O responsável máximo da PN, Emanuel Estaline, reitera que a corporação vai tomar medidas rigorosas de punição contra os infractores, porque "a polícia cabo-verdiana está ao serviço da nação e dos cidadãos".
Emanuel Estaline conclui que a instituição está ciente das suas responsabilidades e por isso afirma que vai reforçar "os mecanismos de selecção, formação e ingresso dos agentes".