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Polícia angolana liberta camponeses que denunciaram apropriação das suas terras


Camponeses acusados de impedirem vedação de terrenos que dizem ser delas, Talatona, Angola, 21 dezembro 2023
Camponeses acusados de impedirem vedação de terrenos que dizem ser delas, Talatona, Angola, 21 dezembro 2023

Eles foram detidos no dia 17 e colocados em liberdade cinco dias depois sem serem vistos pelo juiz de garantia

Camponeses detidos pela Polícia Nacional de Angola (PN) em Luanda no domingo, 17, acusadas de impedirem as obras de vedação de terrenos que dizem ser sua propriedade em Talatona, mas que foram supostamente usurpadas pelos oficiais da Polícia Nacional, saíram em liberdade na quinta-feira, 9, sem terem sido presentes ao juiz de garantia.

Eles encontravam-se na Esquadra da Polícia da Vila Kiaxi e sempre negaram a acusação.

Em entrevista à Voz da América, Daniel Neto, diretor-geral da empresa Konda Marta, garante que alguns dos detidos são detentores de terrenos na zona do 11 de Novembro, no distrito urbano da Cidade Universitária, em Luanda.

Neto, que é também tenente-coronel das Forças Armadas Angolanas (FAA), acusa o ministro do Interior, Eugenio Laborinho e o comandante da Polícia em Luanda, de estarem por trás das detenções.

“Eu fiquei detido por três vezes, a última do ano passado, em abril quando estava na cadeia de Viana, eles dividiram os terrenos, passaram o direito de superfície e nós conseguimos essa lista onde consta o ministro do Interior nº8 e eles negam", disse Neto.

Ele acrescentou que “neste preciso momento a polícia está lá, com as patrulhas do comando provincial, a mando do comandante provincial Francisco Ribas. Eles estão a vedar os terrenos das senhoras”, acrescentou.

A Voz da América contatou o ministro do Interior, Eugénio Laborinho, mas sem sucesso.

Entretanto, sem gravar entrevista, o comandante provincial da Polícia Nacional de Angola (PNA), em Luanda, comissário-chefe, Francisco Monteiro Ribas da Silva, negou as acusações.

Por seu lado, o porta-voz da corporação em Luanda, superintendente Nestor Goubel, disse que eles “desobedeceram a ordem das autoridades, não houve outra solução".

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