Um moto-taxista, de 34 anos, André Estevão, morreu na sexta-feira, 24, vítima de espancamento e torturas da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) na província angolana do Uíge, quando tentava comprar comida.
A denúncia é da família da vítima.
“Naqueles três dias que deram para as pessoas procurarem comida, ele saiu da casa para procurar alguma coisa para as crianças, mas a polícia o prendeu, deu uma surra nele e levou-o para SIC e quando viram o estado dele levaram-no ao hospital onde ficou durante três dias até morrer”, disse à VOA a irmã Madalena Henrique, que pediu “justiça e apoio às três crianças”.
Antónia Henriques, outra irmã do moto-taxista, acrescentou aguardar pela chegada dos irmãos que se encontram em Luanda para “levar o processo às barras do tribunal”.
O sociólogo Kiako Sadrack reprovou e condenou o comportamento da polícia quanto “aos maus-tratos da população neste período de isolamento social”.
Por seu lado, o presidente da Associação Verdade, Justiça e Paz no Uíge, Esteves Bengo, prometeu, "em conformidade com as garantias dos direitos fundamentais dos cidadãos consagrados na Constituição da República, denunciar o caso às entidades competentes".
A VOA tentou ouvir a versão do Comando Provincial da Policia Nacional, mas sem sucesso.