Cinco pessoas, entre as quais um cidadão estrangeiro, foram presas em Benguela, em posse de 30 toneladas de milho importado para a Reserva Estratégica Alimentar.
O caso está a levantar perguntas sobre como foi possível efectuar esse desvio sem a colaboração de pessoas envolvidas no processo. tendo em conta que após assaltos de populares aos camiões de transporte estes estão geralmente sob protecção da polícia.
O oficial de investigação, que pediu anonimato, avançou que os cidadãos detidos, um deles eritreu, representam apenas "a demonstração da existência de uma rede que desvia enormes quantidades".
Um colega seu, prossegue a fonte, decidiu abandonar o posto policial, instalado na sequência da invasão popular aos camiões com produtos a granel, para fugir de uma situação com contornos que considera perigosos.
O inspector de investigação Victorino Cotingo, explicou por seu turno que o quinteto a contas com a justiça foi surpreendido “a reensacar trinta toneladas de milho amarelo, prontas para escoamento nos mercados paralelos”.
‘.O mesmo foi subtraído ... presume-se que no trajecto do Porto do Lobito para a Leonor Carrinho”,acrescentou em referência à companhia encarregue de administrar a reserva alimentar.
Interrogado sobre como é que isso seria possível tendo em conta a protecção policial, o inspector disse ser uma questão “que suscita muitas dúvidas, razão pela qual estamos a encetar diversas diligências para se determinar outros elementos implicados neste desvio”,acrescentando que “inserimos departamentos de combate ao crime organizado”.
Outra fonte ligada à investigação revelou que o cidadão eritreu terá contactos comerciais com funcionários da empresa que recebe o milho, salientando que não se descarta a hipótese do produto ter saído dos armazéns, tendo em conta as quantidades envolvidas