Ontem vendedeiras ambulantes foram igualmente dispersadas pela Polícia Nacional de Angola quando tentavam manifestar-se.
Hoje a corporação voltou a impedir a marcha de cidadãos que protestavam contra a morte de Manuel Hilberto Ganga, pela Guarda Presidencial, quando decorria o cortejo fúnebre
A marcha de amigos, colegas e parentes de Manuel Hilberto Ganga que partiu do quartel-general dos bombeiros foi interceptada por agentes da Policia de Intervenção Rápida, Anti-distúrbio e Ordem
Alegando ordens superiores cujo origem não foi divulgada, as autoridades impediram a marcha durante um período de duas horas.
Nesse período, com dois helicópteros sobre o local e cinco viaturas pesadas no terreno, os agentes atiraram duas granadas de gás lacrimogénio sobre os amigos, colegas e parentes de Manuel Hilberto Ganga, dispersando a multidão.
Na ocasião, a mãe de Ganga pediu aos oficiais da polícia que deixasse apenas ela e a viatura com o corpo passar para enterrar o filho, o que não foi aceite.
“As nossas famílias já estão no carro deixam só passar para ir enterrar o meu filho”, lamentou mãe de Manuel Hilberto Ganga.
Após vários contactos efectuados juntos das entidades angolanas por parte dos políticos presentes, chegaram alguns autocarros enviados por quem a Voz da América não pôde identificar para transportar os presentes.
O presidente da CASA-CE, Abel Chivukuvuku, recusou subir nos autocarros e
marchou a pé.
“Em homenagem ao malogrado e em respeito a família nós vamos mandar as pessoas subirem nos autocarros, mas eu não vou. Como cidadão eu vou a pé”, determinou.
Por outro lado, Lindo Bernardo Tito deputado da CASA-CE disse à Voz da América ter constituído o advogado para dar inicio ao processo judicial contra o que chama de barbaridade do Governo Angolano.
No final do funeral amigos e familiares foram saindo calmamente e sem qualquer interferência policial.